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Superação da violência e construção da paz: a paz é fruto da justiça!

Por Cesar Kuzma

O texto “Superação da violência e construção da paz: a paz é fruto da justiça!”, de Cesar Kuzma, é uma profunda reflexão ética, teológica e pastoral sobre os desafios da paz em um mundo marcado por desigualdade, injustiça e indiferença.

1. Urgência do tema da paz

O autor parte da saudação do papa Leão XIV — “A paz esteja com todos vocês!” — para afirmar que a paz não é apenas uma saudação simbólica, mas um compromisso ético e evangélico. A continuidade desse ideal com o pontificado de Francisco indica que a paz deve ser um caminho obrigatório para a Igreja e a teologia.

2. Violência global e sistêmica

Kuzma destaca o cenário atual de guerras e conflitos: Rússia-Ucrânia, o genocídio em Gaza, e crises no Iêmen, Sudão, Congo e Mianmar. A violência, segundo ele, transcende o campo militar e se manifesta em formas estruturais e cotidianas, como:

  • Desigualdade social e pobreza

  • Racismo estrutural

  • Violência contra mulheres, LGBTQIA+, indígenas e refugiados

  • Desrespeito aos direitos humanos no Brasil, como o trabalho escravo e a violência policial

Essa realidade revela um “necropoder sistêmico”, onde se decide quem vive ou morre, e reflete uma sociedade cega e indiferente, insensível ao sofrimento alheio.

3. Raiz da violência: desumanização

A causa mais profunda da violência, segundo o autor, é a falta de humanidade. Citando a Evangelii Gaudium do papa Francisco, Kuzma denuncia a “globalização da indiferença”, onde o outro deixa de nos comover. Essa indiferença desumaniza e gera um ciclo de dominação, exclusão e sofrimento. A violência nasce da incapacidade de sentir com o outro, da falta de proximidade, de empatia e de amor.

4. Construção da paz: um processo exigente

A paz é definida como um desafio ético, relacional e espiritual, que não se impõe, mas se constrói:

  • Na harmonia interior e nas relações humanas

  • No cuidado com a criação e na relação com Deus (Laudato Si’)

  • Na justiça social, que é condição para uma paz duradoura

O papa Leão XIV a define como uma paz “humilde e perseverante”, frágil, pois depende da abertura humana ao outro e à justiça. A paz não é possível sem respeito, reconciliação, perdão e inclusão dos excluídos.

5. O papel da fé cristã e do compromisso social

Inspirado nas Bem-aventuranças e no exemplo de Jesus, o texto aponta que o(a) verdadeiro(a) cristão(ã) não se isola nos ritos, mas vive uma fé comprometida com a transformação da sociedade, especialmente em favor dos pobres. Essa fé:

  • Integra diferenças religiosas em atitude ecumênica

  • Denuncia a injustiça e se solidariza com os que sofrem

  • Promove a paz como expressão do amor e da justiça de Deus

6. Conclusão: paz como justiça restauradora

A paz verdadeira será aquela que restaura, reintegra e devolve dignidade às vítimas. É uma paz que escuta o grito dos mártires, dos pobres, dos excluídos e sobreviventes. Esse grito não pode ser silenciado, pois dele brota a esperança de um mundo novo, onde a fé se torna ação libertadora. A paz só será possível quando for, de fato, fruto da justiça. Este clama por uma paz enraizada na justiça, na empatia e no compromisso cristão com os mais vulneráveis. Denuncia as múltiplas formas de violência e aponta a desumanização como sua raiz. Propõe, como caminho, uma espiritualidade encarnada, profética e solidária, que se faz ação concreta pela vida e pela dignidade de todos e todas.

Veja o texto completo em [em português e inglês] em: Catholicethics

Resumo feito com auxilio da IA

 

 

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