Por José Antonio Pagola
Jesus compartilha com seus discípulos os últimos momentos antes de retornar ao mistério do Pai. O relato de João traz cuidadosamente o seu testamento: o que Jesus quer deixar gravado para sempre no seu coração: "Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei".
O evangelista João tem sua atenção voltada à comunidade cristã. Ele não está pensando em pessoas de fora. Quando Jesus estiver ausente, na sua comunidade terão de se amar como "amigos", porque é assim que Jesus os quis: "Vós sois meus amigos"; "eu não os chamo mais de servos, eu os chamei de amigos". A comunidade de Jesus será uma comunidade de amizade.
Essa imagem da comunidade cristã como uma "comunidade de amigos" foi logo esquecida. Por muitos séculos, os cristãos se viram como uma "família" onde alguns são "pais" (o papa, bispos, padres, abades...); outros são "filhos" fiéis e todos devem viver como "irmãos".
Compreender assim a comunidade cristã estimula a fraternidade, mas tem os seus riscos. Na família cristã há uma tendência a enfatizar o lugar que pertence a cada um. O que nos diferencia é enfatizado, não o que nos une; grande importância é dada à autoridade, ordem, unidade, subordinação. E existe o risco de promover dependência, infantilidade e irresponsabilidade para muitos.
Uma comunidade baseada na amizade cristã enriqueceria e transformaria a Igreja de Jesus hoje. A amizade promove o que nos une, não o que nos diferencia. Igualdade, reciprocidade e apoio mútuo são cultivados entre amigos. Ninguém está acima de ninguém. Nenhum amigo é superior a outro. As diferenças são respeitadas, mas a proximidade e o relacionamento são cuidados.
Entre amigos é mais fácil se sentir responsável e colaborar. E não é tão difícil estar aberto a estranhos e àqueles que são diferentes, aqueles que precisam de acolhimento e amizade. É difícil deixar uma comunidade de amigos. De uma comunidade fria, rotineira e indiferente, as pessoas vão embora, e as que ficam mal o sentem.
Todos os rios nos conduzem a Jesus, porque ele é aquele que é o Cristo, o filho de Deus vivo. Então também nós, os pescadores, as pescadoras, na luta, na labuta do dia a dia, nas dificuldades que temos para arrumar o peixe para poder vender, para sustentar a família, nós fazemos como Pedro, reafirmamos, tu es o Cristo, o Filho de Deus vivo, e não desanimamos...
03 julho 2025“Toda a Faixa de Gaza é um teatro de guerra, não há um lugar mais seguro do que outro”. E os bombardeios continuam também perto da igreja, traumatizando a comunidade que, desde o início da guerra, já contou com vários mortos.
03 julho 2025A sinodalidade torna-se profecia em três direções principais: primeiro, como profecia de fraternidade e unidade, numa cultura que isola e fragmenta ; Em segundo lugar, como profecia do diálogo e do bem comum, em contraste com modelos autoritários de poder; e terceiro, como uma profecia de justiça social e cuidado com a nossa casa comum, onde a Igreja “escuta os gritos dos pobres e da terra” e age de acordo.
30 junho 2025A sinodalização é um processo de renovação que implica “colocar no centro a participação, a corresponsabilidade e a escuta comunitária”. Por sua vez, a desparoquialização exige a superação de uma visão fechada e autorreferencial da paróquia, para abrir-se a uma pastoral mais territorial, missionária e em saída, capaz de responder aos desafios e às periferias de hoje.
30 junho 2025