Por Kate Raworth
A conferência com Kate Raworth sobre a Economia Donut, promovida pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU na quinta-feira, 08 de maio, às 10h, busca posicionar as ciências econômicas como um conjunto de saberes atualizados e, portanto, relevantes frente aos desafios socioambientais contemporâneos. Segue um resumo esquemático e a matéria completa você encontra no IHU.
O texto faz uma crítica profunda à tradição dominante nas ciências econômicas e propõe uma ruptura epistemológica frente aos desafios ecológicos, tecnológicos e sociais do século XXI. Os paradigmas contemporâneos são incompatíveis com métodos econômicos clássicos, marcados por visões antropocêntricas, individualistas e insensíveis às realidades planetárias.
Nesse contexto, destaca-se a proposta da economista Kate Raworth e sua “Economia Donut”, que redefine o papel da economia com base em dois critérios fundamentais: o respeito aos limites planetários e a garantia das necessidades humanas básicas.
Historicamente, a economia passou de uma abordagem macroeconômica — como a da Economia Política Clássica (Smith, Ricardo, Marx) — que integrava questões sociais e políticas, para uma abordagem microeconômica iniciada com a Revolução Marginalista (Menger, Jevons, Walras). Esta última ignorou os conflitos históricos e sociais ao priorizar modelos matemáticos abstratos e o conceito idealizado do homo economicus.
Essa mudança criou uma economia “neutra” na aparência, mas profundamente ideológica, que desconsidera o impacto ecológico, as desigualdades e as realidades políticas. O texto questiona a racionalidade econômica tradicional e propõe a reavaliação dos fundamentos filosófico-antropológicos da ciência econômica.
Filósofos como Bruno Latour argumentam que, diante das mudanças climáticas, a questão política central agora é a habitabilidade da Terra. Isso exige uma nova lógica econômica que reconheça a dependência humana dos sistemas naturais.
A “Economia Donut” propõe um modelo visual e prático que une sustentabilidade ecológica com justiça social. Em vez de priorizar o crescimento infinito e a maximização do lucro, ela sugere uma economia centrada no bem-estar coletivo e no respeito aos limites planetários.
A proposta de Raworth já é aplicada em políticas públicas, como no planejamento urbano de Amsterdã, e em diversas iniciativas por meio do Doughnut Economics Action Lab (DEAL). Oficinas, projetos locais e formações acadêmicas colocam a teoria em prática.
Raworth defende que os economistas devem abandonar métricas centradas apenas em retorno financeiro e repensar os indicadores de progresso humano. O foco deve ser gerar valor social, ambiental e cultural — restaurando os sistemas naturais dos quais a vida depende.
Fonte: IHU
Quando o grotesco vira linguagem política: este vídeo do IHU revela como imagens violentas, bizarras ou caricaturais conquistam corações e mentes — e ajudam a normalizar o autoritarismo sob aparência democrática.
28 setembro 2025Diante de tanta desinfomrção, uma reflexão sobre como João Paulo II reconciliou a teologia da libertação com o magistério da Igreja, reconhecendo seus riscos e seu valor na missão da fé em contextos de injustiça.
27 setembro 2025O fascismo não se limita a discursos ou programas políticos. Ele também se expressa em símbolos e imagens que mobilizam emoções coletivas e conquistam corações — um desafio urgente para quem sonha com uma sociedade justa e democrática.
27 setembro 2025Norte 1 - com grande envolvimento do laicato, sobretudo das mulheres, são expressões de sinodalidade na diocese de Parintins. Uma Igreja local que tem avançado no fortalecimento das pastorais, movimentos e serviços, na maior presença nas ações sociais e no olhar mais atento ao cuidado da casa comum. O desafio é um maior diálogo com as diversas expressões religiosas...
26 setembro 2025