Por Luis Miguel Modino
A VI Assembleia das Comunidades de Base da Prelazia de Tefé, que está realizada em Alvarães, com a participação de mil representantes das 14 paróquias e três áreas missionárias que fazem parte dessa prelazia, deu a conhecer uma carta onde faz um “Apelo pela Vida, pela Casa Comum e contra o PL da Devastação”.
Grito de alerta, esperança e libertação
O texto (leia aqui a carta completa) faz “ecoar um grito de alerta, esperança e de libertação, diante da iminente votação do Projeto de Lei 2.159/2021, conhecido como PL do Licenciamento Ambiental, o PL da Devastação, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, e pode ser votado a qualquer momento.” Segundo os assinantes, “esse projeto representa uma grave ameaça à Casa Comum, pois pretende enfraquecer drasticamente o controle social e ambiental sobre grandes empreendimentos, permitindo a dispensa de licenciamento para atividades de alto impacto ambiental; o fracionamento dos processos, dificultando a avaliação real dos danos; a redução ou eliminação da consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais; o enfraquecimento dos órgãos ambientais, como o IBAMA e o ICMBio”.
A carta rejeita “a lógica do lucro desenfreado que alimenta esse projeto. É a mesma lógica que desmata, polui, expulsa famílias, povos e comunidades, silencia vozes, envenena rios e destrói o futuro das gerações. O capital que tudo quer dominar despreza a floresta, os peixes, os povos e os sonhos.” Diante disso mostra a importância “dos saberes e cuidados tradicionais necessários para preservar e sustentar a existência.” Igualmente, o texto lembra o chamado do Papa Leão XIV em sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, em 2025: “num mundo onde os mais frágeis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das alterações climáticas, do desflorestamento e da poluição, cuidar da criação torna-se uma questão de fé e de humanidade”.
SIM à vida
Igualmente, a carta se une à nota da CNBB sobre o PL do Licenciamento Ambiental, de maio de 2025. Os assinantes dizem “NÃO ao PL da Devastação”, e “SIM à vida, à floresta em pé, à pesca artesanal viva, às águas livres, aos territórios preservados, às culturas respeitadas, as terras indígenas e quilombos demarcadas, a cidade saudável e confortável, à espiritualidade enraizada no chão que é dom de Deus.”
Igualmente, se critica “o modelo econômico dominante baseado na lógica da privatização da terra e das águas”, e a “engenharia política onde o congresso nacional brasileiro tem um papel de defesa dos interesses dos grupos econômicos em prejuízo dos territórios e das comunidades.” Diante disso, a carta conclama todo o povo brasileiro a “escutar o clamor da Amazônia e dos seus povos, para resistir ao retrocesso, e a assumir a conversão ecológica como caminho de fé e compromisso com a justiça”.
Finalmente, os assinantes afirmam que “aceitar a destruição do meio ambiente e apoiar o PL da Devastação é trair o sonho de Deus para a humanidade”, e pedem “que os planos de Deus para a Casa Comum, planos de paz, beleza e cuidado, não sejam destruídos pela ganância de poucos em detrimento da dignidade de muitos”.
[Mauro Nascimento] Aqui reside o perigo de um cristianismo que, como adverte o Evangelho, "coa o mosquito e engole o camelo" (Mateus 23, 24). Dogmatiza-se o costume, o acidental, e esquece-se o essencial. A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), o documento que rege a celebração da Missa, não é um manual de regras inflexíveis, mas uma "instrução pastoral e ritual". Seu objetivo é guiar os fiéis a uma participação "consciente, ativa e plena, de corpo e espírito".
14 julho 2025O objetivo da assembleia é “Fortalecer a Sinodalidade da Igreja na Prelazia de Tefé”, e assim reavivar a fé e a vida em comunidade como Igreja. Isso em um encontro que é partilha, oportunidade para lançar as redes em águas mais profundas. Um encontro de peregrinos de esperança que, movidos pela dinamicidade do Divino Espírito Santo, tem se sentido acolhidos em uma Igreja que ao longo dos anos assumiu um caminho comunitário, formativo, missionário, profético e vocacional.
14 julho 2025São as comunidades eclesiais de base que evangelizam o interior da Amazônia, mas também levam a Boa Notícia às periferias das cidades. Elas assumem as palavras de Papa Francisco, que dizia que “evangelizar é tornar presente o reino de Deus no meio de nós”, segundo lembrou o assessor da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, padre Dário Bossi.
14 julho 2025A carta rejeita “a lógica do lucro desenfreado que alimenta esse projeto. É a mesma lógica que desmata, polui, expulsa famílias, povos e comunidades, silencia vozes, envenena rios e destrói o futuro das gerações. O capital que tudo quer dominar despreza a floresta, os peixes, os povos e os sonhos.” Diante disso mostra a importância “dos saberes e cuidados tradicionais necessários para preservar e sustentar a existência.”
14 julho 2025