Por Pe. Joaquim Jocélio
Com essas palavras o Evangelista João apresenta a testemunha da luz, a voz que grita no deserto, aquele que nos outros Evangelhos é chamado de Batista: “Houve um homem enviado por Deus, seu nome era João” (Jo 1,6). Com a mesma intuição, podemos dizer hoje do nosso querido Papa Francisco, este grande profeta do Reino.
Ele de fato respondeu ao chamado do Senhor como o outro Francisco, o pobrezinho de Assis. Respondeu ao chamado para reformar a Igreja a partir dos pobres, coração do Evangelho. Francisco recordou que os pobres estão no centro do Evangelho, por essa razão, devem estar no centro das preocupações da Igreja. Por isso, buscou uma Igreja pobre e para os pobres, que vencesse estruturas caducas, que não fosse autorreferencial e centrada em si mesma, mas saísse de suas comodidades rumo às periferias. Defendeu uma Igreja sinodal, onde todos caminham juntos a serviço do Reino de Deus. Por isso, podemos dizer:
Viajou o mundo, priorizando as periferias. Mediou conflitos, defendeu incansavelmente a paz. Criticou as políticas de exclusão e segregação. Foi talvez a maior voz na defesa dos imigrantes, dos povos indígenas e da mãe terra, nossa casa comum. Buscou a fraternidade universal. Dialogou com várias Igrejas e religiões, afirmando que todas elas são caminhos para Deus. Por isso, podemos dizer:
Seu ministério foi marcado pela alegria e pela simplicidade evangélica. Ele nunca ignorou os grandes problemas da humanidade, mas sempre teve um olhar de esperança. Sabia que a solução vinha das periferias, por isso tantas vezes se encontrou com movimentos populares e disse que terra, teto e trabalha são direitos sagrados e exigi-los é Evangelho. Combateu a cultura do descartável e globalização da indiferença buscando construir a cultura do encontro. Sonhou com uma Igreja hospital de campanha, pronta a curar e proteger. Defendeu uma economia a serviço dos povos e uma educação que transformasse o mundo para melhor. Por isso, podemos dizer:
Acolheu a todos, inclusive grupos discriminados como as pessoas homossexuais, especialmente as pessoas trans, casais de segunda união e tantos outros. Defendeu uma moral que acompanha, discerne e acolhe, que trata cada caso com os cuidados devidos. Defendeu um Deus todo misericordioso que nunca se cansa de perdoar. Combateu a corrupção e os abusos na Igreja. Soube, portanto, fazer a devida autocrítica a Igreja e ao papado. Se denunciava os erros da Igreja, é porque a amou até o fim e queria vê-la cada dia mais semelhante a Jesus. Por isso, podemos dizer:
Fomos surpreendidos com sua morte. 12 anos de um profético e frutífero pontificado. Francisco rompeu um longo tempo de seca eclesial. Ele foi a chuva esperada que fecundou o chão da Igreja. A saudade fica, mas seu legado também. Por isso, a melhor forma de honrá-lo é pondo em prática em nossas comunidades eclesiais de base tudo que ele nos ensinou. É construir uma pastoral missionária-sinodal em saída para as periferias. Ele foi muito perseguido, houve e há muita resistência à sua profecia. Mas nada nem ninguém jamais vai apagar que…
Como o Papa, que se aproximava, e que tocava o coração, pois acolhia as pessoas, e as escutava sem julgar, homem de sorriso fácil, de abraço afetuoso...
23 abril 2025Há doze anos que venho ouvindo e observando a sua maneira de conduzir a Barca de Pedro, e quero lhe dizer por que você me deixou desconfortável: Sinto-me incomodado com a sua simplicidade que confronta as falsas riquezas nas quais coloco meu coração. Sua alegria me incomoda, me lembrando o quão lindo é ser cristão.
22 abril 2025Com essas palavras o Evangelista João apresenta a testemunha da luz, a voz que grita no deserto, aquele que nos outros Evangelhos é chamado de Batista: “Houve um homem enviado por Deus, seu nome era João” (Jo 1,6). Com a mesma intuição, podemos dizer hoje do nosso querido Papa Francisco, este grande profeta do Reino.
22 abril 2025Francisco I conseguiu dar um respiro a uma igreja católica em declínio pela ascensão do neopentecostalismo na América Latina. Era praticamente de uma vida austera e pacifista - o oposto da corja de pastores empresários da fé, que sequestraram o cristianismo para tirarem dinheiro dos pobres para enriquecimento pessoal. Enquanto estes apoiam os crimes de Israel e políticos de extrema direita, Francisco caminhou ao lado do povo palestino, das pessoas pobres e nunca deixou de criticar o capitalismo
22 abril 2025