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23/11/2021 Luis Miguel Modino - Prensa CELAM Edição 3942 Assembleia Eclesial, ver onde o Espírito de Deus nos conduz
F/ Julio Caldeira
"Citando Francisco: "se não queremos nos perder num mar vazio de palavras, devemos sempre olhar para os rostos dos jovens, das mulheres e dos pobres", insistindo que os jovens esperam que sua voz seja ouvida e levada em conta neste processo."

A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe quer dar a conhecer o que está acontecendo a cada momento neste evento histórico e inédito. Além das transmissões ao vivo de quase todo o programa, haverá uma coletiva de imprensa diária, com a presença de um bispo, um padre, uma religiosa e uma leiaga ou leigo dentre os presentes na Casa Lago, sede da Conferência Episcopal Mexicana.

No primeiro dia de trabalho, estiveram presentes o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo e primeiro vice-presidente do Celam, a mexicana Irmã María Dolores Palencia, da Comissão de Conteúdo do Celam, o Padre Leo Pérez, OMI, diretor da coleta para América Latina da Conferência Episcopal Americana, e a jovem costa-riquenha Elena Matamoros, da Equipe de Pastoral Juvenil da América Latina e Caribe.

Sinodalidade da Igreja

"Um momento que vai na direção da sinodalidade da Igreja, que o Papa Francisco chama a toda a Igreja como caminho para o Sínodo de 2023". Foi assim que o Cardeal Scherer definiu a Assembleia Eclesial, que está ocorrendo de uma forma que é a primeira da história, representando todos os ministérios do Povo de Deus, em comunhão. O Arcebispo de São Paulo salientou a importância da escuta no processo, para que a realidade e a missão da Igreja em todo o continente possam ser discutidas. Tudo isso em um caminho aberto, na expectativa de ver "onde o Espírito de Deus nos conduz".

Metade dos católicos nos Estados Unidos são de ascendência hispânica, como o Pe. Leo Pérez assinalou. Isto a torna "uma Igreja mais rica em tradições e línguas, em religiosidade popular", o que deve levar à unidade entre a Igreja americana e a Igreja na América Latina e no Caribe.

A Irmã Maria Dolores Palencia vive este momento de graça, que ela já havia vivido quando participou da Conferência de Aparecida. Todo o processo da Assembleia nos últimos meses é "aquele grão de mostarda que foi semeado em Aparecida, que está crescendo como uma árvore mais exuberante". É uma assembleia que "nos coloca em uma situação de abertura, de saída, de esperança, de aventura", chamando-nos a nos deixar conduzir pelo Espírito para escutar tudo o que as comunidades da América Latina e do Caribe contribuíram, mas também para "escutar as realidades crucificadas do nosso mundo". Ela também o vê como "uma oportunidade de retomar profundamente nosso compromisso batismal e de trazer uma palavra de esperança".

"Um tempo de graça que nos chamou a todos juntos, de coração aberto, cheios de alegria, cheios de esperança", vivido durante os últimos meses, disse Ligia Elena Matamoros. A jovem recordou as palavras do Papa Francisco nas quais ele diz que "se não queremos nos perder num mar vazio de palavras, devemos sempre olhar para os rostos dos jovens, das mulheres e dos pobres", insistindo que os jovens esperam que sua voz seja ouvida e levada em conta neste processo.

Ouvir e viver a sinodalidade

Em resposta às perguntas dos jornalistas, foram levantadas diferentes questões, como a divisão na Igreja, resultado de ideologias nascidas de escolhas políticas, que não querem dialogar. Neste sentido, o Padre Leo Pérez vê a grandeza desta Assembleia como um momento para ouvir e viver a sinodalidade. Segundo o Cardeal Scherer, é uma questão de enfrentar os desafios atuais para evangelizar, que é o que é a Assembleia Eclesial. Em suas palavras, ele lembrou a experiência de Aparecida, que refletiu sobre as diferentes maneiras de encontrar Deus que a Igreja deve realizar.

A Pastoral da Juventude da América Latina quis promover o espaço e a participação dos jovens no processo da Assembleia, o que os encheu de esperança, já que seus desejos aparecem no Documento para o discernimento. Mas também, quando solicitada por jornalistas, Ligia Elena Matamoros insistiu na necessidade de "ver os jovens nos espaços onde as coisas são planejadas, onde as decisões são tomadas", porque ali "eles estão ausentes e são necessários". Ela também vê como um motivo de esperança para a América Latina e o Caribe a diversidade dos participantes, o que leva a corações abertos.

Somos todos Igreja, algo enfatizado pela Irmã Maria Dolores Palencia, que vê a necessidade de uma missão a ser realizada de acordo com as novas situações e novas realidades, hoje marcadas pela pandemia. A Irmã pediu que o que vai ser vivido durante a Assembleia seja vivido e que todos participem do processo, insistindo mais uma vez na importância de escutar. Ela também enfatizou a necessidade de não carregar ideias preconcebidas, uma conversão para entrar no desconhecido. Junto com isto, dialogar com o diferente e com os diferentes, com a diversidade, aceitar que somos complementares e que, embora diferentes, podemos caminhar juntos.

Sobre o papel da mulher, a religiosa mexicana afirmou que desde Aparecida houve progresso, "não todo o progresso que gostaríamos, mas houve progresso". Um desses avanços tem sido no campo da teologia, onde a presença das mulheres tem avançado muito. Ela pediu para "ouvir a sabedoria das mulheres do povo, simples", que estão na base, mulheres que fizeram o caminho a partir de seus próprios lugares. "É um ritmo lento, mas estamos dando passos e passos adiante" no papel da mulher, algo que deve ser realizado em diálogo, em escuta, no Povo de Deus.

Desafios do processo de escuta

Ao abordar os desafios do processo de escuta, Ligia Elena destacou que um deles seria "garantir que no futuro os processos de escuta sejam ouvidos muito mais vozes, para que a reflexão, o processo de discernimento seja muito mais rico e nos permita encontrar melhores caminhos". O Cardeal Scherer salientou "continuar a escutar em todos os níveis", e que isto deveria ser feito em todas as esferas da Igreja e da sociedade civil.

Maria Dolores Palencia colocou como um desafio, "que este não seja um ponto de chegada, mas um ponto de partida, e que este seja uma continuidade e que chegue a todo o Povo de Deus", enfatizando a necessidade de diálogo e escuta. Não ter respostas prontas é outro desafio, segundo o Padre Leo Pérez, algo que ele vê como uma tendência do clericalismo, chamando a procurar responder a partir do espírito do momento.

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