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01/03/2022 Robson Ribeiro de Oliveira Castro Edição 3945 CF 2022: o papel da família, da comunidade e da sociedade no processo educativo Campanha da Fraternidade 2022: Fraternidade e Educação.
F/ Jesuitas Equador
"É necessário e urgente pensar em todo o ideário espiritual do Cristianismo, que, a partir de uma antropologia integral e integrante, sempre ensejou “promover o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens. Um humanismo que não seja limitado, fechado aos valores do espírito e a Deus. O homem pode organizar a terra sem Deus, mas ‘sem Deus só a pode organizar contra o homem. Humanismo exclusivo é humanismo desumano’."

Como todos os anos, no período quaresmal, a Igreja do Brasil se prepara para mais um momento de grande reflexão: a Campanha da Fraternidade. Promover o diálogo sobre a realidade educativa no Brasil, à luz da fé cristã. Este é um dos objetivos da Campanha da Fraternidade 2022 (CF), que terá como tema “Fraternidade e Educação” e como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26).

O caminho de construção da CF 2022 tem como uma das motivações a celebração dos 40 anos da Pastoral da Educação no Brasil. Anualmente, os temas propostos pela Campanha da Fraternidade são trabalhados a partir do método “Ver, Julgar e Agir”. Em 2022 o “Ver” será na perspectiva de Escutar; o “Julgar” voltará o olhar para o Discernimento e o “Agir” seguirá no caminho do Propor.

Atendendo a este contexto, a proposta da CF 2022 será promover a reflexão sobre o papel da família, da comunidade e da sociedade no processo educativo; terá também por meta promover a dignidade humana e a cultura do encontro, além de trazer à tona a necessidade de zelar pela Casa Comum e dela cuidar.

Entre os objetivos se faz urgente e necessário observar os desafios que a educação passou por conta da pandemia, além de analisar políticas públicas educacionais e a proposta de uma pastoral em conjunto com as escolas, universidades e centros comunitários. Assim, a Campanha da Fraternidade de 2022 nos convida a refletir sobre a indispensável relação entre Fraternidade e Educação.

Na perspectiva assumida por Francisco, se faz necessário e urgente pensar em todo o ideário espiritual do Cristianismo, que, a partir de uma antropologia integral e integrante, sempre ensejou “promover o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens. Um humanismo que não seja limitado, fechado aos valores do espírito e a Deus. O homem pode organizar a terra sem Deus, mas ‘sem Deus só a pode organizar contra o homem. Humanismo exclusivo é humanismo desumano’. Não há, portanto, verdadeiro humanismo, senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exata do que é a vida humana. O homem, longe de ser a norma última dos valores, só se pode realizar a si mesmo, ultrapassando-se.”

O Pacto Educativo Global é um chamamento da Igreja para que todos os agentes sociais façam parte do processo que a humanidade precisa promover para que tenhamos um futuro melhor. Para isso, essa preocupação com a educação é, sem dúvida, o caminho a ser seguido por todas as células vivas da sociedade, ou seja, quando o Papa fala de um Pacto Educativo Global, ele tem em mente um projeto “para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras” (Francisco).

Dessa forma, mais do que abordar um ou outro aspecto específico da problemática educacional, a Campanha da Fraternidade nos convoca a refletir sobre os fundamentos do ato de educar. Para tanto, é necessário refletir a relação entre a família, a comunidade de fé e a sociedade no processo educativo, além de promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso, todas essas questões tendo como meta o serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres. Por isso, a Campanha da Fraternidade deste ano nos leva a alargar o horizonte de nossa compreensão a respeito da educação, entendida não apenas como ato escolar, como transmissão de conteúdos ou preparação técnica para o mundo do trabalho.

Por fim, vale, mais uma vez, que nos debrucemos nas palavras do Papa Francisco, quando afirma que “é tempo de olhar em frente com coragem e esperança. Que, para isso, nos sustente a convicção de que habita na educação a semente da esperança: uma esperança de paz e justiça; uma esperança de beleza, de bondade; uma esperança de harmonia social”, esses nortes são importantíssimos para o despertar dos nossos desejos da promoção de um Pacto Educativo Global pela Educação. Sendo assim, a CF 2022 nos apresenta condições de debater sobre temas importantes e evidencia que é por meio da educação que se muda a realidade de um povo e faz o crescimento que tanto se espera.

* Robson Ribeiro de Oliveira Castro Chaves – Leigo, casado, pai da Emília e do Francisco. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em BH. Professor de teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis (RJ). Membro do Conselho Regional de Formação (CRF) – LESTE II do CNLB.

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