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08/07/2020 Ir. Waldilene Xavier, FCIM Edição 3926 Cordimarianas e a Pastoral da População de Rua
F/ CICIM
"Celebramos juntos os Sinais de Deus presente em sua história e que podem transformar a situação de exclusão do que possa vir em projeto de vida para todos."

Ir. Waldilene Xavier, FCIM

Foi em 2015, que a comunidade Ir. Ma. Coeli em Fortaleza-CE, se sensibilizou para somar com o grupo específico da PPR que está ligado a PPR Nacional em BH, pelo objetivo que carrega, trabalhar pela dignidade destas pessoas, sua autoestima e em função de seu possível protagonismo. Afinal se constata o número cada vez maior de gente na rua e a necessidade de quem seja por eles, nossos irmãos, os últimos(as), sem teto, trabalho e desrespeitados em sua dignidade e nos seus direitos os quais lhes assegura a Carta Magna do nosso País. Urge mais que nunca a missão junto a eles, Missão Urbana a serviço da Vida.

Decidimos mesmo poucas, nos aventurar nesse caminho, dar os passos para compreender, adentrar esse mundo, aproximar-nos e somar o quanto pudermos com leigos, religiosos, padres, outros grupos, organizações não governamentais ou não, movimentos sociais, Ministério público, enfim, em vista  desta missão tão urgente hoje mais que nunca. Vendo, ouvindo, sentindo e agindo com a compaixão devida, como o tema da CF 20, deste ano, tão pertinente nos conclamou nessa missão urbana, que é a Pastoral da população de rua.  E assim estamos desde esse tempo, abraçando o que vem, vencendo os medos, os preconceitos, e a tentação de outros projetos que podem surgir, priorizando o estar com eles, aprendendo e ensinando, ressignificando nossa missão na educação, na saúde, na Igreja, como Vida Religiosa, na Inserção, profissionalmente, etc.    Enfim, revendo nossos conceitos e valores, e paradigmas, assumindo o ser Igreja em saída, mais em função do Reino e dos menos favorecidos, com suas bandeiras e demandas, como sejam: a Moradia, Trabalho, Segurança, outras, enfim, que mesmo assegurados pela Constituição, longe estão de serem contemplados, pois os políticos e o Estado com suas políticas públicas parecem não reconhecerem seus direitos e situação de vulnerabilidade. 

Sobre nossa ação como educadores sociais e evangelizadores nessa caminhada, de missão urbana  junto a população de Rua, é importante dizer que desejamos fazer a diferença, de não estar só para ser um grupo a mais para necessidades básicas, com alimento. roupas  e remédios,  que é importante dependendo da hora e da emergência, mas nosso objetivo mais claro e urgente é priorizar  o que reza nossa Cartilha, fruto de todo um trabalho de anos  com eles e elaborada à luz do Evangelho, lá estão nossos Princípios e Diretrizes, a partir de premissas, como:

  • Somos uma PASTORAL SOCIAL, reconhecida pela CNBB, já em muitos Estados e por isso, também Nacional, junto a população em situação de Rua, estando também os catadores de material reciclável, reconhecidos como sujeitos da própria história, desenvolvendo ações que transformam as suas realidades, pois lutadores por sua dignidade acima de tudo.
  • Celebramos juntos os Sinais de Deus presente em sua história e que podem transformar a situação de exclusão do que possa vir em projeto de vida para todos.
  • São Crenças e Valores em nossa Missão: Humanizar a vida e relações; Centralidade do Reino de Deus; Reconhecimento do protagonismo do povo da rua e catadores; Participação na construção de projetos de sociedade justa e solidária, civilização do Bem viver e do Bem Conviver; Ecumenismo e diálogo Inter-religioso.

Uma coisa importante é que costumamos fazer autocrítica, avaliação: reanimando-nos diante das forças e oportunidades com que contamos; penitenciando-nos diante das fraquezas que constatamos; fortalecendo-nos diante das ameaças que nos surgem, através da Palavra de Deus, da Igreja em saída, das parcerias que fazemos. Estamos sempre dispostas a ajudar as paróquias, grupos, comunidades que desejam iniciar trabalho junto à este público. Temos para isso uma Casa cedida pela Arquidiocese para nossos plantões que se realizam três dias da semana, onde fazemos acolhida para banho, outras necessidades, oficinas, convivência, merendas, momentos de espiritualidade, tudo em vista da conquista de mais auto estima, descoberta de seus valores, dignidade e cidadania. Temos uma programação para o ano que contempla além das oficinas, Retiro e Lazer para Agentes e População de Rua.

Neste tempo especial em que vivemos a quarentena por causa do Corona Vírus, nos demos conta do quanto precisamos  trabalhar para recrutar pessoal mais  jovem para nossas fileiras, pois nosso grupo na sua maioria, (somos um pouco mais de 20 agentes),  estão para terceira idade, falta juventude dedicada a esta causa. Foi um grande problema o fato de por isso não nos dedicarmos mais ao acompanhamento aos moradores, dando continuidade aos trabalhos como vinha sendo na Casa, por causa do risco que corríamos. Mesmo assim, muito foi feito e fica a lição que é preciso trabalhar para uma recomposição de agentes com idades mais variadas. Afinal o número de moradores de rua aumenta e a velhice não custa vir. Só nos resta “Fazer tudo o que Ele nos mandou”, como nos falou sua Mãe Maria nas Bodas de Caná.

 

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