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03/11/2022 Luis Miguel Modino Edição 3953 A Carta, filme: “Convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente”
F/ CNBB
"Não é apenas um filme ecológico, não é apenas um filme social”, e sim “um convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente desse que aí está diante de nós, que algumas vezes nos entristece e outras vezes também nos envergonha”. Ele fez ver a necessidade de um mundo diferente, de um mundo que não esteja marcado pela “globalização da indiferença”, denunciando “as muitas dores que marcam o mundo dos nossos dias."

No dia 4 de outubro, na festa de São Francisco de Assis, foi lançado no Vaticano o filme “A Carta”, que já teve mais de 8 milhões de visualizações no YouTube. Quando é falado em preservação do Planeta, logo vem na mente das pessoas a Amazônia, uma preocupação para a Igreja católica no Brasil, que nas igrejas particulares da região amazônica e na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a través da Comissão Episcopal para a Amazônia e a Rede Eclesial Pan- Amazônica, tem se empenhado nesse objetivo. Daí a importância do lançamento em português desse filme no dia 3 de novembro na sede da CNBB.

Um filme que “faz parte de um grande desafio”, segundo Dom Joel Portela. O Secretário Geral da CNBB insistiu em que “não é apenas um filme ecológico, não é apenas um filme social”, e sim “um convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente desse que aí está diante de nós, que algumas vezes nos entristece e outras vezes também nos envergonha”. Ele fez ver a necessidade de um mundo diferente, de um mundo que não esteja marcado pela “globalização da indiferença”, denunciando “as muitas dores que marcam o mundo dos nossos dias”. Por isso, insistiu em que “diante dessas dores, nós não podemos permanecer indiferentes, na ilusão de que se não nos atingiram, não temos porque nos preocupar”, algo que “anestesia a nossa consciência e os nossos corações”

Dom Joel Portela Amado refletiu à luz da Bíblia sobre o sofrimento, que quando atinge o outro, faz parte da vida de todos, algo que nasce da condição de irmãos e irmãs. Por isso, o bispo fez ver que “a construção de um mundo diferente, o mundo novo, o primeiro passo consiste na união de todos nós, de todas as dores, de todos os sonhos, de todas as causas”. Isso em um mundo interligado, uma reflexão fundamental diante do risco cada vez maior de “olha apenas para aquelas situações que mais diretamente nos afligem, esquecendo-nos de que tudo está interligado”, lembrando que esse foi o ensinamento que o Papa Francisco nos deixou na Laudato Si´.

O Secretario Geral da CNBB destacou tendo como base a Laudato Si, a importância da ecologia integral e sua relação com a fraternidade universal. Dom Joel mostrou gratidão para quem pensou e participou do filme, mas também para quem participou do lançamento e apresentação, um filme que ele espera “nos ajude a despertar para o desafio que a história de hoje nos apresenta”.

Um filme que ajuda a trazer de volta a Encíclica Laudato Si´, “uma Carta que é muito importante, porque traz de volta o cuidado com a casa comum”, segundo a Ir. Maria Irene Lopes dos Santos, que leu trechos da encíclica. Apresentado por Igor Bastos, o Coordenador para Iberoamérica do Movimento Laudato Si´ ressaltou que A Carta “é um fruto da Laudato Si´”, que traz histórias de protagonistas: indígenas, refugiados, ativistas, cientistas.

Protagonistas que o Papa Francisco chama no filme de “poetas sociais”, insistindo Igor Bastos em que “são esses poetas que constroem a diferença, que fazem parte de essa diferença, e estão construindo uma sociedade, um Planeta mais justo e fraterno”. Um filme que quer “ser uma ferramenta para chegar com essa mensagem da Laudato Si´ em espaços que ela ainda não chegou, mas também para reanimar os espaços que tem trabalhado cada dia para viver essa mensagem que o Papa Francisco nos passa”. Um instrumento que deveria ser trabalhado nas comunidades eclesiais, nas escolas, nos diferentes espaços de atuação, para trazer “essa mensagem de urgência em um tempo tão difícil que a gente vive”.

Um dos protagonistas do filme é Dadá Borari, do Povo indígena Maró, do Estado do Pará, presente no lançamento. Alguém que disse que seu trabalho como ativista iniciou na Igreja católica, insistindo em que “o nosso pensamento para a preservação da Amazônia, ele é um pensamento coletivo, ele não é um pensamento individual”. Segundo o cacique, “a responsabilidade da floresta não é só de quem vive nela, mas de todos, que precisam da floresta”. Ele lembrou que para os povos indígenas a floresta é sua casa e a Terra é a sua mãe, afirmando que tem pessoas que pensam o contrário, mesmo sabendo que tudo o que eles estão fazendo é irregular.

Pessoas que seguindo o líder indígenas pensam no lucro, enquanto os povos originários não pensam no hoje e sim no futuro. Ele insistiu que o filme é “uma disciplina educacional para a gente trabalhar” em todos os âmbitos, algo que ele faz a cada dia de maneira voluntária com ações de prevenção, monitoramento e educação, denunciando as instituições do governo brasileiro que não estão assumindo sua responsabilidade na defesa da floresta.

Dadá Borari com sua participação no filme e nas diferentes apresentações mundo afora, quis “levar nossa voz que não é ouvida aqui para a sociedade internacional”, insistindo em que a preocupação dos povos indígenas é daqui a anos.

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