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02/11/2022 Luis Miguel Modino Edição 3953 Mesmo que a família, o país se esqueçam, a Igreja não se esquece de rezar pelos vivos e pelos mortos Dom Leonardo, na missa pelos fiéis defuntos
F/ L M Modino
"Aqui estamos a rezar pelos nossos irmãos e irmãs no desejo de que eles já estejam na plenitude da vida. Eles estejam participando desse banquete sagrado, deste banquete de amor onde Deus mesmo está a servir todos, [...] “todos os nossos irmãos e irmãs que vieram a óbito, eles venceram o poder da morte em Cristo Jesus."

No dia em que a Igreja católica comemora o Dia dos Fiéis Defuntos, Dom Leonardo Steiner presidiu a celebração eucarística nas proximidades do Cemitério São Batista de Manaus. Um momento que ele definiu como “a celebração da esperança”, e que foi concelebrada por Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara, e um pequeno grupo de padres.

Segundo o Arcebispo de Manaus, foi um momento para “celebrar o dom da fé na Ressurreição de Jesus e na nossa ressurreição”. Também para “louvar e bendizer a Deus pela vida de nossos irmãos e irmãs de quem nós nos despedimos, mas também daqueles que não conseguimos nos despedir no momento da pandemia”. O cardeal Steiner insistiu em que “as feridas da pandemia ainda estão abertas em muitas famílias. Nós desejamos rezar também por estas famílias, para que a dor se acalme, para que a dor se transforme em esperança”.

Ninguém pode esquecer que Manaus foi uma das cidades com maior número de mortos por milhão de habitantes durante a pandemia, uma cidade onde foram vividas cenas dantescas pela falta de oxigênio e os sepultamentos em covas coletivas diante do número de mortos, que durante vários dias superou a centena de falecimentos na capital do Estado do Amazonas.

Uma Eucaristia segundo o cardeal “por todos os nossos irmãos e irmãs falecidos, mas estamos também a celebrar por aqueles irmãos e irmãs que morreram sozinhos, abandonados, sem ninguém, estamos a rezar por aqueles, aquelas, que ninguém se lembra de rezar. A Igreja, como Igreja, sempre se recorda e reza por todos, não se esquece de ninguém, mesmo que a família se esqueça, mesmo que o país se esqueça, a Igreja não se esquece de rezar pelos vivos e pelos mortos”.

Citando o texto do Evangelho lido na celebração, o Cardeal Steiner destacou o chamado de Jesus a estar preparados, acordados. O Arcebispo de Manaus se perguntou: “Não é assim que fomos todos convidados e convidadas para o banquete da vida? Não somos nós participantes da graça das bodas, isto é, do amor de Deus?”. Um Deus que nos serve, insistindo que a razão de crermos está “na graça de termos recebido o dom da fé, porque participamos da graça de um amor debotado, generoso, magnânimo, bondoso, gratuito, jovial. Um amor que nos acolhe a todos, mesmo quando nós fraquejamos, mesmo quando caímos, mesmo quando pecamos. E Deus sempre disposto a nos servir. Mas um dia seremos todos servidos no banquete da eternidade”.

“Aqui estamos a rezar pelos nossos irmãos e irmãs no desejo de que eles já estejam na plenitude da vida. Eles estejam participando desse banquete sagrado, deste banquete de amor onde Deus mesmo está a servir todos”, afirmou Dom Leonardo. Segundo ele, “todos os nossos irmãos e irmãs que vieram a óbito, eles venceram o poder da morte em Cristo Jesus”. O Arcebispo destacou a importância de podermos participar do dom da fé da esperança, de “olharmos para o futuro, não termos medo do futuro, mesmo no meio das dificuldades, no meio das desesperanças, no meio dos desconfortos, no meio das agressões, no meio da violência, nós podemos viver da esperança porque temos certeza da participação do banquete do amor de Deus”.

Citando o Livro de Jô, Dom Leonardo disse que “veremos Deus, contemplaremos Deus, todos juntos, com aqueles todos de quem sentimos saudades estaremos todos juntos”, insistindo em que “essa é a Luz a iluminar os nossos dias, os nossos passos”. O Arcebispo de Manaus fez um chamado a “jamais temer diante de toda violência que existe hoje, diante de toda agressão que existe hoje, a incapacidade de tolerar, a incapacidade de amar, a incapacidade de reconciliar”.

Finalmente o cardeal chamou a fazer um grande propósito, “jamais deixar de rezar pelos nossos irmãos falecidos, rezar sempre por eles”, a recordá-los todos os dias na oração, na família, a rezar por todos, movidos pela comunhão, por uma ligação profunda que nasce de Cristo Jesus.

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