Por Micaela Díaz Miranda
Poucos dias após a morte do Papa Francisco na segunda-feira de Páscoa, aos 88 anos, a Igreja universal continua a refletir sobre o legado pastoral de seu pontificado. Um dos traços mais significativos de seu ministério foi, sem dúvida, o impulso decisivo em direção a uma Igreja sinodal, dialogante e caminhante.
Isto foi recentemente enfatizado pelo Cardeal Jean-Claude Hollerich, Arcebispo de Luxemburgo e Relator Geral do Sínodo sobre a Sinodalidade, ao compartilhar suas memórias pessoais e espirituais do Papa Francisco.
Para Hollerich, o pontífice era um homem evangélico, próximo de Jesus, com uma abertura incondicional para com os outros e uma gentileza que deixou marcas.
“O Papa sempre apoiou os passos que tomamos no Sínodo“, lembrou o cardeal, que, junto com o cardeal Mario Grech, visitava regularmente o Santo Padre para coordenar o processo sinodal.
Mesmo nos momentos de maior fragilidade, como durante sua internação na Policlínica Gemelli, Francisco continuou a encorajar o progresso do caminho sinodal, aprovando a implementação de uma nova fase que levará a uma assembleia eclesial prevista para 2028.
Este gesto, explicou Hollerich, deve ser entendido como um testamento espiritual do Papa: um chamado para consolidar o que já foi alcançado e continuar avançando. “Ele nos diz para continuar, para que a Igreja seja uma Igreja viva, uma Igreja missionária neste tempo de mudança”, enfatizou.
A imagem de Francisco em seus últimos dias evoca uma profunda coerência entre sua vida e sua mensagem: “Seu sofrimento me fez pensar em Jesus”, comentou o prelado, recordando uma recente visita ao Papa. No próprio dia de sua morte, enquanto celebrava a Eucaristia em uma prisão de Luxemburgo, o cardeal sentiu a presença da Páscoa em meio á dor, uma ressonância que se intensificou ao ouvir a notícia de sua morte logo depois.
Francisco propôs uma nova maneira de ser Igreja, que ele mesmo personificou com seu estilo acessível, seu discernimento constante e seu chamado para caminhar juntos. Como pastor universal, ele deixa à Igreja uma herança viva que seus sucessores agora são chamados a guardar, nutrir e continuar a desenvolver com fidelidade ao Evangelho e abertura ao Espírito.
Este testemunho foi recolhido pela mídia do Vaticano, que ofereceu um olhar íntimo e esperançoso sobre o legado espiritual e pastoral de um pontífice que, com ações concretas, transformou o modo de ser da Igreja no século XXI.
Você pode estar interessado em: Massimo Faggioli: “O legado mais significativo de Francisco para a Igreja é a redescoberta da sinodalidade”
Baixe o último caderno de estudo 007: Caderno de estudo
Fonte: Observatório latino-americano de sinodalidade
Francisco propôs uma nova maneira de ser Igreja, que ele mesmo personificou com seu estilo acessível, seu discernimento constante e seu chamado para caminhar juntos. Como pastor universal, ele deixa à Igreja uma herança viva que seus sucessores agora são chamados a guardar, nutrir e continuar a desenvolver com fidelidade ao Evangelho e abertura ao Espírito.
06 maio 2025A sinodalidade não era uma moda passageira, mas uma dimensão essencial da Igreja. No seu discurso comemorativo do 50º aniversário do Sínodo dos Bispos, em 2015, afirmou que a sinodalidade oferece “o quadro interpretativo mais apropriado para compreender o próprio ministério hierárquico”.
05 maio 2025Os sonhos de Francisco não são meras abstrações, mas se concretizam em ações eclesiais e sociais. Na encíclica Laudato Si’, convida a humanidade a se tornar um instrumento de Deus Pai, revisitando o seu sonho ao criar o mundo (cf. LS n. 53), e despertar da onipotência desvairada de dominar o mundo, “que provocou a impressão de que o cuidado da natureza fosse atividade de fracos” (LS n. 116).
04 maio 2025Esse é o nome que ele escolheu para se apresentar diante de Deus. Não precisará de nenhuma alcunha ou complemento, nem de nenhuma carta de recomendação ou currículo. Não terá que comprovar experiência laboral. Será conhecido e reconhecido por ser Francisco.
04 maio 2025