Por Antônio Carlos Santini
28/03/2024 – Tirou o manto... (Jo 13,1-15)
Um dos símbolos da realeza, juntamente com a coroa e o cetro real, é o manto de honra. Na última ceia em que convive com seus apóstolos, Jesus se despe do manto e troca-o por uma simples toalha, aquele pano que está sempre nas mãos dos serviçais da casa. É uma cena de despojamento. E tem o seu sentido.
O manto é uma veste pesada, longa, imprópria para prestar um serviço manual. Além do lado prático, o manto – bem como as comendas e condecorações, os colares de mérito e os paramentos religiosos – acaba por situar seu portador alguns degraus acima da gente comum. E o Mestre precisa ensinar uma última lição: descer...
Aliás, toda a vida de Jesus foi uma permanente descida. O Verbo desce do Pai para a mulher, em sua encarnação. O divino desce ao nível dos humanos. Homem, desce ao nível dos servos, lavando os pés dos discípulos. Rebaixa-se ainda mais: aceita morrer na cruz, suplício reservado aos escravos e proibido aos cidadãos. Morto, o corpo de Jesus desce ao túmulo. Depois de sepultado, ele desce ao Xeol, a mansão dos mortos, para levar também a eles a Boa Nova (cf. 1Pd 3,19; 4,6). Acabou a impensável descida? Ainda não: em cada missa, sob a aparência material de uma pasta de água e farinha de trigo, Jesus continua a descer sobre nossos altares...
Ainda queremos subir? Receber aplausos? Merecer honrarias? Subir no pódio? Que fez Jesus Cristo ao lavar os pés de seus discípulos? A resposta nos é dada por Mons. Claude Rault, Bispo do Saara argelino:
“Ele assumiu a condição do Servidor... Ele estabeleceu o sinal que o compromete no caminho do dom de sua vida por todos. E agora pede a seus discípulos que façam o mesmo. Não apenas fazer gestos de gentileza, prestar serviços eventuais, mas serem ‘servidores’ uns dos outros. Ele pede a seus discípulos que tenham uns pelos outros um amor suficientemente forte para ir até o fim, até o dom de sua vida, se assim for preciso.”
Não faz muito tempo, o Papa Francisco veio orientar os nossos olhos distraídos na mesma direção: “O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro ‘considerando-o como um só consigo mesmo’. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo procurar efetivamente o seu bem. [...] Unicamente a partir desta proximidade real e cordial é que podemos acompanhá-los adequadamente no seu caminho de libertação”. (EG, 199)
Vamos despir o manto?
Orai sem cessar: “Servi ao Senhor com alegria!” (Sl 100,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
[Mauro Nascimento] Aqui reside o perigo de um cristianismo que, como adverte o Evangelho, "coa o mosquito e engole o camelo" (Mateus 23, 24). Dogmatiza-se o costume, o acidental, e esquece-se o essencial. A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), o documento que rege a celebração da Missa, não é um manual de regras inflexíveis, mas uma "instrução pastoral e ritual". Seu objetivo é guiar os fiéis a uma participação "consciente, ativa e plena, de corpo e espírito".
14 julho 2025O objetivo da assembleia é “Fortalecer a Sinodalidade da Igreja na Prelazia de Tefé”, e assim reavivar a fé e a vida em comunidade como Igreja. Isso em um encontro que é partilha, oportunidade para lançar as redes em águas mais profundas. Um encontro de peregrinos de esperança que, movidos pela dinamicidade do Divino Espírito Santo, tem se sentido acolhidos em uma Igreja que ao longo dos anos assumiu um caminho comunitário, formativo, missionário, profético e vocacional.
14 julho 2025São as comunidades eclesiais de base que evangelizam o interior da Amazônia, mas também levam a Boa Notícia às periferias das cidades. Elas assumem as palavras de Papa Francisco, que dizia que “evangelizar é tornar presente o reino de Deus no meio de nós”, segundo lembrou o assessor da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, padre Dário Bossi.
14 julho 2025A carta rejeita “a lógica do lucro desenfreado que alimenta esse projeto. É a mesma lógica que desmata, polui, expulsa famílias, povos e comunidades, silencia vozes, envenena rios e destrói o futuro das gerações. O capital que tudo quer dominar despreza a floresta, os peixes, os povos e os sonhos.” Diante disso mostra a importância “dos saberes e cuidados tradicionais necessários para preservar e sustentar a existência.”
14 julho 2025