Por Antônio Carlos Santini
11/03/2025 – Pai nosso... (Mt 6,7-15)
O fiel cristão jamais reza assim: “Pai meu...” Ao ser batizado, ele foi mergulhado no seio da família trinitária. Por esse mesmo pórtico, ele entrou na Igreja e passou a fazer parte de uma família. Não se trata absolutamente de uma experiência individual e intimista. Por isso, desde então, ele reza assim: “Pai nosso...”
Em seus preciosos “Cadernos”, o Ir. Charles de Foucauld deixou anotado em oração: “Já que sois meu Pai, ó meu Deus, quanto eu devo sempre esperar em Vós! Mas também, já que sois tão bom para mim, quanto eu devo ser bom para os outros! Já que Vós quereis ser meu Pai e Pai de todos os homens, como eu devo ter para todo homem – seja quem for, por pior que ele seja – os sentimentos de um terno irmão! [...] Nosso Pai, Pai nosso, ensinai-me a ter este nome sem cessar em meus lábios, com Jesus, nele e por ele, pois poder dizê-lo é minha maior felicidade...”
Mas não podemos estacionar no porto do lirismo. Reconhecer que Deus é Pai NOSSO traz exigências de comunhão. Se o Pai é NOSSO, então serão igualmente “nossos”: o PÃO, as OFENSAS, o BEM. Pão para a partilha. Ofensas para o perdão. E o Bem que chamamos de bem-comum. E nós, os cristãos, devemos lutar para tornar real essa comunhão que foi iniciada por nosso Batismo.
É nesta moldura que podemos entender o quadro da Igreja de Pentecostes: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía: mas tudo entre eles era comum.” (At 4, 32-33.) Esta constatação lança por terra o arrazoado de quem afirma estar com Deus e dispensa a comunidade de fé.
Na prática, se nós não temos um Pai comum, jamais chegaremos a ser irmãos. A experiência da fraternidade deriva diretamente da experiência da filiação. Enquanto não re-conheço meu Pai, não re-conhecerei meus irmãos... A história de José do Egito é proverbial nesse sentido. Quando o Pai nos adotou a todos... Quando o Filho morreu por todos... Quando o Espírito de Pentecostes faz falar “todas as nações que há debaixo do céu”... é porque se faz possível uma nova relação entre todos os homens, acima e além de qualquer barreira racial, política ou ideológica!
Não há nada mais comprometedor que rezar o Pai-Nosso. Para entrar em seu sacrário interior, esta oração exige que deixemos lá fora o sentimento de superioridade, os rancores e os projetos de vingança. Exige que abramos braços e coração. Do contrário, poderemos ouvir a pergunta feita a Caim: “Onde está o teu irmão?”
Orai sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável
irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Como se não bastasse a água mudada em vinho, o pão multiplicado, os doentes curados, cegos que veem, paralíticos que carregam sua padiola pelas ruas, os inimigos de Jesus insistem em tentá-lo: “mostra-nos um sinal”.
12 março 2025"Já que sois meu Pai, ó meu Deus, quanto eu devo sempre esperar em Vós! Mas também, já que sois tão bom para mim, quanto eu devo ser bom para os outros! Já que Vós quereis ser meu Pai e Pai de todos os homens, como eu devo ter para todo homem..."
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11 março 2025Oxalá o bom Deus, Pai e Mãe (como já dizia o Papa João Paulo I), faça a sociedade acordar desse sono fanático que a está envolvendo progressivamente. Para isso, não tenho dúvidas, é necessário que as mulheres continuem lutando por seus direitos, denunciando toda e qualquer ideologia, religiosa ou laica, que as queiram calar. Acabou a época de caça às bruxas!
11 março 2025