Por Antônio Carlos Santini
18/03/2025 – Aquele que vos serve... (Mt 23,1-12)
Quando Jesus fez contato com os “círculos” religiosos da Palestina de seu tempo, percebeu muito bem as relações entre o povo e as lideranças judaicas. Do lado do povo, submissão e opressão; do lado de fariseus e escribas, vaidade e descaso. Tais lideranças estavam longe do modelo do “bom pastor” que o próprio Jesus iria descrever (cf. Jo 10). Um pastor que sai de si. Um pastor a serviço. Um pastor disposto a dar sua vida. Será que ele veria algo diferente em nossos dias?
Comentando esta mesma passagem do Evangelho, o teólogo suíço Urs von Balthasar entende que ela tem oferece uma relação direta com a posição do clero no meio do povo. Ele escreve:
“De início, o Evangelho denuncia o exemplo falso e pernicioso dos escribas e fariseus que, sem dúvida, ensinam a lei de Deus, mas não a observam. Sobrecarregam as pessoas com pesados fardos, que eles mesmos não carregam. Por toda parte, sabem garantir para si mesmos os primeiros lugares e os sinais de honra.”
A seguir, von Balthasar se volta para a Igreja: “Ao contrário, a Igreja de Cristo é um povo de irmãos, uma comunhão em Deus, o único Pai e Senhor, no Cristo, o único mestre. E quando Jesus fundamenta sua Igreja sobre Pedro e os outros apóstolos, e transmite a eles os plenos poderes que o mundo inteiro não tem, é – assim como Jesus inculca sem cessar e o demonstra por seu próprio exemplo – para estarem a serviço dos irmãos”.
Temos aqui um modelo de Igreja servidora, serviçal ou, em uma expressão mais refinada, uma Igreja “ministerial”. Pena que a palavra “ministro” tenha perdido, entre nós, o sentido etimológico de “garçom”, “servidor”, e se tenha fixado no conceito de “mandatário”, “autoridade”.
Prossegue o teólogo: “O ministério que Jesus fundou é, segundo sua essência mais íntima, um ministério de serviço, “serviço da mesa”. Sem dúvida, podemos dizer que atualmente o clero está mais consciente disso do que outrora, e que as acusações contra ele de querer reinar em virtude do ministério provêm com muita frequência de certo democratismo não cristão. Sem dúvida, porém, ainda existe hoje muita gente que, levada pelo desejo de dominação que Jesus reprova nos fariseus, se introduz à força no ministério sacerdotal como se este lhe conferisse uma posição elevada, o que não corresponde ao Evangelho, nem à consciência atual da maioria do clero”.
O povo de Deus sabe reconhecer perfeitamente um ministro que está a seu serviço. Mas não é preciso ser ministro ordenado da Igreja para imitar o servidor Jesus...
Orai sem cessar: “Fazei-vos servos uns dos outros por amor!” (Gl 5,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
A “novidade” não está em escrever novos mandamentos, mas em cumprir os antigos, que até então não conseguiram cumprir em plenitude. A justiça [= a santidade] de Deus – observa H. Roux – proclamada incansavelmente pelos profetas, realizou-se plenamente com a vinda de Jesus Cristo ao mundo.
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