Por Antônio Carlos Santini
21/03/2025 – A época das colheitas... (Mt 21,33-43.45-46)
Nós vivemos no tempo. Humanos, somos seres “históricos”. Depois, além do tempo, virá a eternidade. Por ora, nós ainda temos um tempo (ninguém sabe quanto!) para viver e cumprir a tarefa que nos foi confiada...
Esta duração a que chamamos “tempo” se manifesta em ciclos sucessivos. Assim sobrevêm as estações do ano: primavera, verão, outono, inverno. Chuvas e neves, frio e calor, flores e frutos. Nossos poetas (essa estranha raça movida a lirismo!) não se cansam de recorrer ao ciclo das estações como imagem da própria vida humana: infância, juventude, maturidade, velhice.
Desde que nós inventamos os medidores de tempo, cada vez mais sofisticados – o quadrante solar, a ampulheta, a clepsidra, o relógio mecânico, o atômico – estamos atentos à passagem do tempo e à sucessão das horas. Até mesmo a vida monástica se organizou em torno das “Horas”: matinas e laudes, prima, terça, sexta e noa, vésperas e completas. Toca o sino, cortando o dia e a noite em fatias de orar e laborar. Ora et labora. Enquanto os monges rezam, a vida passa...
É assim também a vida no campo: preparar a terra, semear, deixar crescer e, enfim, colher. Quem não semeia, não colhe. O futuro é feito do passado. “Quem semeia entre lágrimas, há de colher com alegria”, diz o salmista. (Sl 126,5.) E “o que semeia pouco, pouco há de ceifar” (cf. 2Cor 9,6). Mas virá a hora da colheita - diz a parábola de hoje -, quando o Senhor da Terra há de verificar o trabalho que fizemos, à espera de algum retorno para seu investimento em nós.
Nesta expressiva parábola, o fruto do trabalho humano não só é negado ao legítimo Dono, mas até mesmo seu Filho único é morto pelos vinhateiros. Os lavradores da vinha agem como se fossem senhores da terra. Uma usurpação. Um misto de rebeldia e rejeição que não ficará sem castigo...
Claro que Jesus Cristo – por acaso o narrador da história e, ao mesmo tempo, o Filho assassinado! – se refere pontualmente à história de seu próprio povo, a quem Deus já se dirigira primeiramente através dos profetas e, na plenitude dos tempos (isto é, na hora da colheita!) através de seu próprio Filho. História de um povo amado, escolhido, privilegiado. Assim como nós...
Estamos diante do terrível mistério da recusa de Deus. Ele nos envia seu próprio Filho, que se mostra, se oferece, se entrega... e nós o recusamos? Neste caso, qual será a nossa colheita?
Orai sem cessar: “Minhas horas estão em tuas mãos, Senhor!” (Sl 31,16)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
A “novidade” não está em escrever novos mandamentos, mas em cumprir os antigos, que até então não conseguiram cumprir em plenitude. A justiça [= a santidade] de Deus – observa H. Roux – proclamada incansavelmente pelos profetas, realizou-se plenamente com a vinda de Jesus Cristo ao mundo.
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