Por Antônio Carlos Santini
22/03/2025 – Teu irmão... (Lc 15,1-3.11-32)
Quando o filho mais velho volta do campo, ouve música e dança, e sente no ar um cheiro de... perdão, ele se recusa a entrar em casa e acusa o próprio pai de festejar a volta do pródigo: “Esse TEU filho...” E o pai a retrucar: “Esse TEU irmão...”
Em suma, é exatamente o fato de termos um Pai comum que nos faz irmãos. Toda fraternidade humana na terra, na horizontal, torna-se de todo impossível se não temos no céu, na vertical, uma filiação divina. Sem um Pai no céu não existem irmãos aqui na terra. Somente lobos.
Eis o comentário de Hemut Gollwitzer: “Esta parábola dos dois filhos, como podemos chamá-la, contém toda a humanidade de Deus. O vínculo original dos dois filhos com seu pai é o ponto de partida de toda a narrativa. Eles estão unidos um ao outro por terem o mesmo pai, a mesma pátria e, ao partir, o mesmo destino. A queda que se verifica na vida do caçula começa pela ruptura com seu pai. Ele transforma a promessa da herança em um direito exigível, considerando a propriedade paterna como sua própria. Isto deve servir-lhe para afirmar e concretizar sua independência em relação ao pai”.
E aqui está história do homem, capaz de sonhar com uma existência autônoma, sem pai nem patrão, vivendo como seu próprio senhor e, em consequência, como órfão. E, claro, sem irmãos...
Nasce aqui o homem liberado, emigrante do Pai, vivendo em um “país distante”. Não admira que rapidamente ele dissipe os bens recebidos (foram dados, não foram conquistados!) e mergulhe na privação, na penúria, na fome... E no país distante – observa Gollwitzer – nada é como na pátria, onde o Pai tudo nos dá de graça. Ao contrário, ali ninguém recebe nada se não tiver algo para dar em troca. Nem mesmo as alfarrobas que os porcos comiam...
“Os recursos divinos oferecidos ao homem se esgotam assim que ele perde contato com a raiz. Esse caminho de liberdade, seguido com presunção, termina em escravidão”, diz o comentarista. Mas existe um dom substancial, diretamente ligado à paternidade divina, que se mostra como a mais grave das perdas quando o jovem usurpa como posse pessoal a herança de seu pai: a fraternidade.
Na parábola narrada por Jesus, o filho mais velho - inteiramente honesto, terrivelmente justo, mortalmente indiferente – se recusa a reatar os vínculos com seu irmão. Para ele, a música, as danças e o novilho assado são simples desperdício. Ele não consegue alegrar-se com a volta do irmão. Não sabe participar da alegria do Pai, que afirma: “Era preciso festejar e alegrar-nos...”
Orai sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
A “novidade” não está em escrever novos mandamentos, mas em cumprir os antigos, que até então não conseguiram cumprir em plenitude. A justiça [= a santidade] de Deus – observa H. Roux – proclamada incansavelmente pelos profetas, realizou-se plenamente com a vinda de Jesus Cristo ao mundo.
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