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22/08/2025 – O Senhor está contigo! (Lc 1,26-38)

Por Antônio Carlos Santini

PALAVRA DE VIDA

22/08/2025 – O Senhor está contigo! (Lc 1,26-38)

            Por quase 12 anos, preguei o Evangelho em uma capela dos Vicentinos, no bairro Ipiranga, em Belo Horizonte. Atrás do altar, na parede, havia dois nichos com imagens: de um lado, Santa Helena, a rainha; de outro, Santa Zita, a empregada doméstica. Na primeira imagem, a coroa na cabeça. Na segunda, o balde na mão. As duas apontavam a missão da Igreja: servir para reinar...

            Hoje, a liturgia celebra a memória de N. Sra. Rainha. O Evangelho escolhido registra uma cena capital na história da salvação: o momento da Encarnação do Verbo em Maria, quando Gabriel, mensageiro de Deus, traz a proposta que a Virgem acolhe da forma mais completa. Em uma frase densa, Maria adere ao convite divino: “Eis a escrava do Senhor... Faça-se em mim...” O “fiat” da versão latina traduz um verbo grego no modo optativo [genoito], para expressar não só uma atitude passiva diante da iniciativa do Espírito Santo, mas o desejo de colaborar com ele, comprometendo toda a sua pessoa.

            Desde já, o divino e o humano entram em comunhão. Se, um dia, a mulher cooperara para a queda do gênero humano (cf. Gn 3), agora a Mulher colabora para sua regeneração. O Criador permanece o mesmo, mas a criatura, insuflada pelo Espírito, mostra-se inteiramente outra. O Filho da Mulher é o Filho de Deus e, com isso, formamos uma só família real.

            Ensina Santo Tomás: “o mistério da Encarnação não se realizou porque Deus, de alguma maneira, foi tirado do estado em que estivera eternamente, mas porque se uniu de uma nova maneira à criatura, ou antes, uniu-a si”.

            Maurice Zundel faz uma observação notável: “À grande recusa de amor que cobriu de trevas o esplendor das origens, a esse desvio capital, a essa conversão do homem para si mesmo que desloca sua unidade, desagregando todas as potências de seu ser, a este orgulho que o descentra, o exterioriza e o materializa, entregando-o a todos os assaltos do mundo exterior e submetendo-o a todas as fatalidades da matéria, o Amor, cuja amplitude não pode ser restrita por nossas falhas, vai opor esta nova criação que ora se realiza no seio da Virgem: a Humanidade, toda desapropriada de si mesma, que gravita no campo da Divindade, a Humanidade que tem seu Eu em Deus, em um perfeito teocentrismo, a Humanidade que subsiste no Verbo como o sacramento vivo da Palavra eterna, a Humanidade sagrada de nosso Senhor, Jesus Cristo, ‘que está acima de tudo, o Deus bendito para sempre’ (Rm 9,5)”.

Orai sem cessar: “Entra com todo esplendor a Filha do Rei...” (Sl 45,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

 

 

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