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Comunidades em plenitude: esperança para ordens religiosas em transição

Por Da redação

A entrevista com os canonistas Franziska Mitterer e Rafael Rieger propõe olhar para as ordens religiosas não como “morrendo”, mas como comunidades em plenitude — convidando-as a um discernimento estratégico, ruptura de tabus e ação proativa frente ao envelhecimento, à redução de membros e ao desafio existencial de dar sentido a uma história que se completa com gratidão e esperança.

Na realidade em que muitas comunidades religiosas enfrentam limiares críticos — cerca de 82% das religiosas têm mais de 65 anos e entre os homens esse índice é 49%, sendo que de mais de 9 400 religiosas mais da metade já não exerce atividades — Mitterer e Rieger propõem mudar o vocabulário: em vez de falar em comunidades “envelhecidas” ou “moribundas”, usar o conceito de “comunidades em plenitude”, que reconhece que uma missão — como qualquer vida — tem uma trajetória, pode alcançar um apogeu e deve encaminhar-se para o encerramento ou transformação digna e esperançosa.

Eles enfatizam que esse processo não é apenas jurídico ou administrativo, mas profundamente espiritual e humano: exige que as comunidades reconheçam seus limites, avaliem sua autonomia — há liderança, formação, liturgia, administração? Não se trata de impor um modelo do “fim”, mas de ajudar a comunidade a pensar de forma antecipada, criativa e responsável sobre o próprio futuro — fusões ou cooperações podem ser caminhos concretos, como demonstrado por mosteiros que se uniram após reconhecerem que sua estrutura era grande demais para os poucos membros que restavam.

Para o leitor de O Lutador, essa reflexão abre uma nova luz: a vida consagrada não se mede somente pelo crescimento de membros, mas pela fidelidade ao carisma, pela capacidade de passar de uma fase à outra com sabedoria, pelo zelo pelo presente sem medo do que virá. Trata-se de ver o envelhecimento institucional com os olhos da fé — não como derrota, mas como transição propícia à missão na cultura contemporânea.

Essa nota convida a leitura da entrevista como estímulo à reflexão daqueles que vivem e acompanham a vida religiosa: como podemos, juntos, pensar que nossas congregações — ou outras comunidades de missão — não se desvanecem, mas entram em novas etapas, sustentadas pela esperança cristã, pela gratidão à história e pela ousadia de reinventar-se para o futuro.

Fonte: IHU

 

 

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