Por Emmanuel Grieco Nascimento
Emmanuel Grieco Nascimento
“Mais do que comunicações muito imediatas, sejam muito carregadas de sentido, de significado, de conteúdo e de anúncio profético”. Essas foram as palavras de Dom Zenildo Lima, o bispo auxiliar de Manaus e referencial para a Comunicação do Regional Norte 1, em mensagem aos comunicadores reunidos na 14º edição do Mutirão de Comunicação (Muticom). O evento busca refletir a comunicação pautada na Ecologia Integral e na Sustentabilidade e acontece de 25 a 28 de setembro, na Arquidiocese de Manaus.
Aprofundar os conteúdos comunicados
Ele faz um apelo a todos os comunicadores participantes do evento, mas que se estende aos “agentes de pastorais de comunicação, de organismos de comunicação eclesial”. Para que “aprofundem na reflexão, que conheçam os conteúdos”. Já que o modo de ser da sociedade tecnológica estimula uma “ânsia, o desejo muito forte de furo de reportagem, de apresentar logo uma publicação”, mas que “não pode transcurar, não pode descuidar da profundidade do seu conteúdo”.
Essa mensagem surge de uma inquietação sentida pelo bispo ao perceber que “até mesmo aqui neste encontro, neste mutirão, uma necessidade muito grande, para não dizer uma avidez, de registro e de publicação”. Ele recorda que no decorrer do mutirão de comunicação “nós fomos alertados” da importância de que “nós sejamos dominadores do conteúdo que a gente quer publicar”, destacou o referencial da comunicação.
Amazônia como palco de narrativas construídas na escuta
Ao comentar a importância de o evento acontecer na Amazônia, Dom Zenildo Lima, reforçou que se trata “um esforço da Igreja do Brasil, da Igreja Católica, de somar com outras vias de comunicação”. Esse esforço, é para que a “atualíssima questão da Ecologia Integral” seja capaz de gerar narrativas e esclarecer notícias que não são verdadeiras.
“É providencial que o encontro aconteça aqui na Arquidiocese de Manaus, porque no chão da Amazônia e a reflexão a partir do lugar tem a possibilidade de vermos as perspectivas do território, de escutarmos as vozes de sujeitos locais. E é muito importante que não somente a Igreja Católica, mas a sociedade como um todo consiga de fato pautar a Ecologia Integral”, explicou o bispo.
As dimensões expostas pelo evento se somam a necessidade de compreender o momento histórico vivido pelo país. Isso porque há um enfrentamento de um “projeto de lei que fragiliza a legislação ambiental”. Por isso, é fundamental, segundo Lima, que “tenhamos a força a partir de ferramentas de comunicação para efetivarmos o cuidado com a Casa Comum”.
O itinerário temático
Os painéis e rios temáticos trouxeram elementos muito importantes para o itinerário de construção do discurso da comunicação nas igrejas locais. É fundamental que as discussões feitas ajudem a formar um discurso autêntico das problemáticas ambientais. Nessa perspectiva, diversos pontos de vistas devem ser considerados, inclusive “do ponto de vista científico” como destaca Dom Zenildo.
“O aquecimento global não é uma falácia, não é uma invenção, mas é uma realidade comprovada, cientificamente comprovada. Nós tivemos a possibilidade de compreender que hoje nós temos não somente uma pauta de comunicação, mas para usar uma expressão apresentada aqui, uma comunicação necessária”, disse o bispo.
Essa comunicação necessária considera também “as vozes dos sujeitos locais”. E a experiência compartilhada “a partir do território, a partir dos sujeitos locais tem o seu impacto na globalidade, na realidade nacional” o que consolida os argumentos em defesa da Casa Comum. Embora se apresentem em diferentes abrangências, convidam para um caminho unificado.
“O aquecimento global e todas as ameaças são uma realidade, é uma ameaça verdadeira e crescente. A articulação das forças locais, mas também as articulações nacionais são necessárias e isso nós podemos ver a partir de diversos caminhos que os nossos rios temáticos têm nos ajudado” finalizou Dom Zenildo.
“Quando eu ajudo os pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que são pobres, dizem que sou comunista”. Do tempo de Dom Helder para cá, o mundo piorou tanto que, quem sabe, mesmo essa exortação que trata mais do cuidado com os pobres e apenas alude às causas estruturais da pobreza, possa ser acusada de comunista.
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