Por IHU
Gaza vive hoje sob o jugo de uma fome que não é passageira, mas uma presença constante e esmagadora, e de uma sede que não é mero desconforto, mas dor profunda que consome a garganta e a alma inteira. Famílias inteiras se estendem em filas por uma migalha de pão ou por uma gota de água potável, enquanto sobrevoam drones, silenciosos testemunhos de um cerco que nega o básico da vida.
As padarias foram destruídas ou interditadas, os fornos não funcionam, e alguns tentam assar pão em fogueiras improvisadas, usando madeira queimada ou móveis arrancados de suas casas em ruínas. A ajuda humanitária chegou a um ponto crítico: o Programa Mundial de Alimentos afirmou que todos os seus estoques acabaram em Gaza, e as cozinhas comunitárias, última tábua de salvação, estão prestes a fechar.
A água, recurso essencial, tornou-se escassa, contaminada ou inacessível — os caminhões-tanque que chegam só atendem quem tem influência, e mesmo assim a água está turva, quase impossível de beber. Pais relatam fingir que folhas de uva são comida de verdade para acalmar os filhos, enquanto a morte diária se torna rotina e o futuro, um conceito distante. Hoje, Gaza não é apenas um território sitiado: é um corpo sob as cinzas, gasping por ar sob céu manchado de ausência.
Os números confirmam essa realidade bruta: cerca de 2 milhões de pessoas enfrentam fome severa, milhares de crianças sofrem com desnutrição aguda, e as vítimas fatais já contam em dezenas de milhares — a maioria mulheres e menores de idade. ONU e agências internacionais classificam Gaza como zona de fome permanente e apontam que isso é resultado direto de políticas deliberadas de contenção — uma “fome como arma de guerra”.
Diante desse cenário de horror, o silêncio do mundo ecoa com mais peso do que qualquer bomba: a ausência de respostas efetivas, a lentidão burocrática, a hesitação política são tanques de água fria nas esperanças de quem sobrevive à beira do colapso. Mesmo a ONU clama por “não desviar o olhar”, apontando que essa não é uma crise logística, mas de “vontade política e respeito ao direito internacional humanitário”.
Não é apenas a fome que fez de Gaza “o lugar mais faminto do mundo” — é a forma como regredimos, enquanto humanidade, ao assistir sem agir. Se a dignidade humana tem rosto, ele se apaga em cada fila faminta, em cada criança com água turva na boca, em cada biblioteca abandonada e em cada leitura interrompida pela fome e pelo medo.
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