Construirmos um novo sistema econômico integralmente funcional a conservação e ao crescimento da vida, e ao Bem Viver da humanidade em harmonia com nossa Irmã e Mãe Terra. Eis a grande transformação que urge ser colocada em prática.
Abandonar o atual modelo civilizacional
Com toda a visão ecológica crítica a que hoje chegamos, é óbvio que temos que mudar. Se sabemos que o mundo não é como havíamos imaginado; se nos sentimos de outra maneira; se percebemos que nossa conduta errada nos submeteu a um caminho de autodestruição, é urgente ser coerentes com a nova visão integralmente ecológica.
Abandonar o atual modelo civilizacional, voltado inteiramente ao pós-“crescimento econômico”, contrário ao planeta e ao custo da vida – que já esgotamos e continuamos destruindo, na nova extinção massiva que inauguramos –, e construirmos um novo sistema econômico integralmente funcional a conservação e ao crescimento da vida, e ao Bem Viver da humanidade em harmonia com nossa Irmã e Mãe Terra. Eis a grande transformação que urge ser colocada em pratica.
Com os novos fundamentos teóricos (a nova Visão que a Ciência permitiu) e com a forca interior que nos dá a nova sensibilidade espiritual relacionada à natureza, podemos/devemos colocar em marcha novas práticas integradas com a visão integralmente ecológica. Temos que assumi-las com plena convicção, em nossa própria vida em primeiro lugar, e tratar de difundi-las militantemente.
Uma mudança radical do sistema energético
Obviamente nos e essencial a energia para viver, e na Terra, e principalmente nos raios do sol, existe mais do que suficiente, abundantemente. O problema e que sem saber disso, construímos nossa civilização sob a energia do carbono, cujo dióxido (CO2) somente muito mais tarde soubemos que envenena a atmosfera e produz o efeito estufa. Já esta em curso ha tempos, e hoje sabemos que avança perigosa e, sem duvida nenhuma, esses últimos anos tem sido os mais quentes de que se tem conhecimento.
Não temos tempo de ficar discutindo, e urgente acabar totalmente com a emissão de mais CO2. E preciso reduzir drasticamente o uso dos combustíveis fosseis (petróleo, gasolina, gás, carvão) em favor de energias limpas e renováveis.
Uma mudança de estilo de vida
Muitas pessoas, em diversos lugares, fazem coisas pequenas, em todos os aspectos da vida, que marcarão uma mudança profunda na vida do planeta. Com isso, darão inicio a uma civilização nova, civilização da austeridade compartilhada e do Bem Viver e em harmonia com a Mãe Terra:
Trata-se de uma “transformação ecológica” e de uma “revolução cultural”: tudo e diferente, a única saída. O velho estilo de vida se torna “ecocida”: se não nos convertermos, nos suicidamos.
Uma opção pelo decrescimento
Se trata de um assunto polêmico, que tem muitos inimigos, pois esbarra em um dos “dogmas” mais sensíveis do sistema econômico capitalista: o do “crescimento continuo, ilimitado”
O “decrescimento” e uma correção do estilo de vida hoje urgente para retornar parte do caminho percorrido na autodestruição do planeta. Se trata de um assunto polêmico, que tem muitos inimigos, pois esbarra em um dos “dogmas” mais sensíveis do sistema econômico capitalista: o do “crescimento continuo, ilimitado”. Mas em um planeta finito, em que ja ocupamos muito do que ele precisa para repor nosso consumo, defender um crescimento ilimitado torna-se insustentável.
Continuar reivindicando o crescimento ilimitado para dar a toda população mundial o nível de vida atual dos países desenvolvidos implicaria poder dispor de vários planetas; porem somente temos este. Pretender continuar crescendo desse modo e optar por auto asfixiar-nos.
Precisamos necessariamente:
– depreciar o mito da modernidade do crescimento ilimitado;
– tratar de viver bem com menos;
– não ao crescimento, mas sim ao desenvolvimento em outro nivel;
– não a “vida boa”, mas ao Bem Viver/Conviver.
Uma opção pelo decrescimento
Para uma boa prática, duas mudanças são prévias:Mudança de pensamento: olhos que não veem, coração que não sente… A pessoa que ainda tem a velha imagem, que ainda esta pensando que e um ser celestial que vive no meio de um mundo de meros objetos e animais inferiores, vai depreciá-lo, sem ter consciência das maravilhas que o rodeia no meio da Comunidade da Vida, e sem conhecer os mistérios insondáveis do Cosmos de que somos parte.
Impõe-se a disposição de estudar, ler sobre cosmologia, interessar-se pelo seguimento dos avanços da ciência (em livros e nas paginas especiais dedicadas a ciência nos principais jornais); ter sempre um livro de cabeceira sobre ecologia ou ciência em geral e compartilhar o tema com pessoas e amigos interessados.
Mudança de espiritualidade: a espiritualidade tradicional olhava apenas o céu dos espíritos, não o mundo natural da Terra, e apenas nos remetia a textos sagrados espirituais. Parecia que uma pessoa era mais espiritual quanto mais se distanciava da Terra. Hoje estamos mudando; já intuímos que o espírito é inerente a matéria, que o mundo não é inimigo da alma e que podemos/devemos nos voltar a Terra como nosso lar espiritual.
Estes textos são fruto de uma síntese da publicação na Agenda Latinoamericana Mundial 2017.
Fonte: Fundação Pedro Casaldáliga
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