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12/04/2024 Luis Miguel Modino - Regional Norte 1 Edição 3970 A CNBB é “sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país” Dom Vanthuy na 61ª Assembleia Geral da CNBB
F/ L M Modino
"A Conferência dos Bispos do Brasil tem uma história muito bela, de sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país"

Dom Raimundo Vanthuy Neto recebeu a ordenação episcopal no dia 04 de fevereiro e 2024 e iniciou sua missão como bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira no dia 11 de fevereiro. Ele está participando pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Dom Vanthuy diz se sentir pequeno, “porque venho da maior diocese do Brasil, a diocese mais plural, 24 povos, 18 línguas, eu penso que é um processo mais do que de iniciação. Alguns bispos já são conhecidos, então são eles que de uma certa forma nos colocam nessa experiência bonita da colegialidade na Igreja do Brasil”. Ele insiste em que “eu me sinto muito querido, mesmo dos bispos que não são do Regional Norte1, tantos que me conheceram da região do Nordeste, do Sul, que vem perguntar sobre São Gabriel”, algo que considera “muito afetivo, muito bonito”.

O bispo diz estar diante de algo grande, sublinhando que “a Conferência dos Bispos do Brasil tem uma história muito bela, de sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país”. Dom Vanthuy se sente “um irmão pequeno que vai se tornando também corresponsável do bem, da história da Igreja, mas também de todo o país”.

Sobre o retiro com que iniciou a 61ª Assembleia Geral da CNBB, o bispo de São Gabriel da Cachoeira afirmou que a experiência da comunhão, do corpo, ideias presentes no retiro, “nos faz lembrar que o primeiro desafio nosso é entre nós mesmos, os bispos, porque pode ser que algum tome um caminho, outro tome outro caminho, mas dentro de nós tem esse espírito de um desejo de comunhão e de sentir-se corpo. Então me sinto corresponsável por você, você por mim, a Igreja do Sul não está desligada da Igreja do Norte”. O cardeal Parolin, orientador do retiro, segundo Dom Vanthuy, disse que “não é possível uma Igreja que caminha isolada, que somos uma Igreja que quer somar-se como comunhão e que se descobre como comunhão”, destacando a corresponsabilidade na missão entre as diversas igrejas.

Segundo o bispo, “isso faz a gente pensar a evangelização como algo complexo, mas ao mesmo tempo muito simples, que deve atingir a pessoa que vive na capital grande a quem vive lá isolado, como eu, na região da Cabeça do Cachorro, uma tribo indígena lá encima, que pensa primeiro em responder à graça batismal, ser sinal no mundo do amor de Deus e de se tornar corresponsáveis pelo bem dos outros”. Falando sobre evangelização, ele destaca três concepções: “uma pertença a Cristo, um senso de que eu sou responsável pelos outros e de que nós todos juntos testemunhamos o amor de Cristo”.

Falando sobre as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora e como incluir aquilo que faz parte da Igreja universal, da Igreja do Brasil e de realidades específicas, como é a evangelização dos povos indígenas, algo presente na diocese de São Gabriel da Cachoeira, Dom Vanthuy destaca três elementos comuns em todos os níveis de Igreja: “vivem de uma experiência muito bonita, que é a vida comunitária, não há vida cristã sem vida comunitária”, lembrando as palavras do cardeal Parolin, que insistia em que “não há vida cristã sem sermos irmãos”. O bispo insiste em que “diante desse anúncio que serve para a Igreja universal, a Igreja do Brasil, a Igreja particular do Rio Negro, acho que aqui está uma intuição que lá em São Gabriel tem uma base. A vida comunitária no contexto dos povos indígenas é algo muito concreto, não se pode viver sozinho, o viver é coletivo”.

Isso é considerado pelo bispo de São Gabriel da Cachoeira como “o fermento que se junta com a massa, o anúncio de Cristo, vida de comunidade, e essas experiências dos povos indígenas que descobrem que não é possível viver sozinho, só comunitariamente”. Segundo ele, “é quase que não fosse algo estranho, mas algo que se desperta do anúncio do Evangelho, que é a vida comunitária”. Igualmente ressalta o bem dos outros, lembrando que “eu venho de uma região muito plural e é um desafio também entre os povos do Rio Negro”.

Numa realidade onde as relações muitas vezes não são boas, “aí entra a questão do Evangelho, entra a novidade do Evangelho. Tem lugar também nas culturas dos povos originários daquela região que o Evangelho ainda não chegou. Nessa concepção de que somos todos irmãos, participamos do mesmo povo e somos corresponsáveis uns pelos outros. Então a diretriz universal chega bem, bem claro, lá no particular em São Gabriel, na corresponsabilidade de uns para com os outros, do zelo dos mais pequenos, dos mais frágeis e do grande sentimento de que nós somos irmãos e irmãs”.

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