Que Leão XIV seja tão inovador quando foi Leão XIII e Papa Francisco

Todos nós estamos muito surpresos, imagino. Única certeza dos vaticanistas é que não seria latino americano nem estadunidense. Os cardeais conseguiram a proesa do novo Papa ser os dois, dos EUA, e também peruano (onde se naturalizou). A eleição de Robert Francis Prevost, tudo indica, teve importante participação dos cardeais latino americanos. Primeiro papa dos EUA, primeiro papa do Peru (naturalizado), primeiro agostiniano.

A escolha de seu nome papal, Leão XIV, joga luz ao papado de Leão XIII, autor da Rerum Novarum, de 1891 (Das coisas novas - sobre as condições dos operários), que inaugura os documentos sociais da igreja. Um documento progressista, que abre a igreja as questões de seu tempo, após muitos anos de fechamento e retrocesso (papas anteriores condenaram a energia elétrica e a luz, entre outras invenções). A Rerum Novarum contribuiu com a luta dos trabalhadores mundo afora.

Prevost tem caminhada de pastoral social, com conhecimento da América Latina, tendo morado 13 anos no Peru (1985 a 1998); com pastoreio marcado por posicionamentos contra o autoritarismo, a favor dos migrantes, e ao lado dos pobres. Atuou também na fronteira do México com os Estados Unidos; criticou abertamente Trump e o vice Vance.

Estava próximo ao Papa Francisco, ocupando cargos importante no Vaticano, como prefeito do Dicastério para os Bispos e para a Amércia Latina. É jovem, tudo indica que terá um pontificado longo. Representa continuidade em vários aspectos.

O primeiro norte-americano, podemos dizer também, o primeiro peruano, e o primeiro agostiniano. Tem apenas dois anos de cardeal - algo muito raro, ser eleito papa com tão pouco tempo como cardeal. Jovem para termos papais, 69 anos, seu papado deve ser longo.