F/ C.P. Carias

 

Francisco, eu só queria um abraço

Por Celso Pinto Carias

Quando meu ex-aluno, e agora um amigo, Walmir Junior, abraçou o Papa Francisco no Teatro Municipal, RJ, em 2013, disse para ele que fiquei com uma santa inveja.
De lá pra cá, fiquei sempre com essa expectativa. Contudo, graças aos amigos padres de Pádua, Itália, que nos acolheu em 2023, o mais perto que cheguei foi olhar para ele na janela do Ângelus.
É verdade que você pegou o meu livro em suas mãos, “Por uma Paróquia Sinodal”, graças ao amigo Laudelino Azevedo, mas a janela e o livro foi o mais perto que cheguei.
Hoje termina o novenário em memória de Francisco. Em breve começa o Conclave, mas eu só queria ter dado um abraço nele.
No abraço, talvez chorando, diria o quanto sou grato a você. Naquele momento no qual o cardeal argentino Jorge Mario Berglogio apareceu como o novo Papa na sacada do Vaticano, a Igreja se me apresentava como uma instituição que estava se fossilizando. Você foi me despertando esperança de ver a Igreja Povo Deus novamente presente. Ver o Concílio Vaticano II ser efetivado.
E Francisco, quanto amor fora da Igreja você despertou, mas quanto ódio apareceu dentro da própria. E por quê? Por que os pobres revelam nossas contradições e você amou os pobres. Os pobres revelam nossas mesquinharias. São os preferidos de Deus porque, através deles, podemos ver qual o Caminho que seu Filho Jesus Cristo revelou.
Francisco, muitos acham que as liturgias, semelhante a uma corte medieval, transmitem mais Deus do que a simplicidades e a humildade. Mas você trouxe o papado um pouco mais próximo do povo. Da vida vivida, não daquela vida ideal que poucos conseguem, inclusive de muitos dentro da Igreja. Aquele menino que o pai era ateu, um jovem agora, deve estar agradecido por suas palavras de consolo.
Vai começar o Conclave. Muitas reflexões e nomes aparecem, ainda mais em tempos de mídia digital. Todo mundo que acertar quem será o próximo Papa. Bento XVI disse que não dá para garantir que o Espírito Santo escolha o Papa. Contudo, que no processo, palavra que você tanto gostava, possamos continuar a sentir o Espírito agindo, apesar de todas as contradições. Com dizia: “não deixem que nos roube a esperança”. Quem sabe, por sua intercessão, Francisco da Divina Misericórdia (sugestão de nome da Fernandinha, uma amiga), eu possa abraçar o próximo Papa.
Brasil, Baixada Fluminense, Duque de Caxias, RJ, 04 de maio de 2025.

Celso Pinto Carias, “mendigo de Deus”, teólogo e assessor das CEB´s - Duque de Caxias.

 

 

Últimas notícias

Brasileiros desconfiam da política institucional, mas valorizam instituições próximas do povo

Cidadania

Essa desconfiança generalizada impacta diretamente a governabilidade, a participação política e a vitalidade da democracia. A diretora do Ipec, Márcia Cavallari, alerta: “É urgente reconstruir a confiança social. Sem isso, as instituições perdem sua capacidade de representar e servir o povo”.

24   julho   2025

Pizzaballa: "A situação na Faixa de Gaza é moralmente inaceitável e injustificável"

Mundo

"É importante enfatizar e repetir que nossa missão não é para um grupo específico, mas para todos", enfatizou. "A ajuda humanitária não é apenas necessária; é uma questão de vida ou morte. Negá-la não é um atraso, mas uma sentença. Cada hora sem comida, água, remédios e abrigo causa danos profundos", lamentou, referindo-se às severas restrições de Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza.

23   julho   2025

O sucesso do Pix desafia mitos neoliberais e inspira modelos financeiros mais justos

Cidadania

O sucesso do Pix não apenas evidencia a viabilidade de soluções públicas modernas, como também desmonta o mito neoliberal da “ineficiência do Estado”. Além disso, ameaça diretamente o lucro dos bancos privados, cujas tarifas e burocracias se tornaram obsoletas frente à agilidade e gratuidade do sistema brasileiro.

23   julho   2025

Gaza sob cerco: a fome como arma de guerra

A fome não poupa ninguém — nem mesmo os jornalistas. A agência francesa AFP relatou que seus profissionais em Gaza estão à beira da morte por inanição, vivendo em ruínas, sem acesso a água e alimentos. Com mais de 200 jornalistas mortos e dezenas incapacitados, o enclave tornou-se o lugar mais letal do mundo para o exercício do jornalismo.

23   julho   2025
Utilizamos cookies para melhor navegação. Ao utilizar este website, você concorda nossa Política de Cookies e pode alterar suas Preferência de Cookies. Consulte nossa Política de Privacidade.
Não aceito