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Gaza sob cerco: a fome como arma de guerra

Por a redação

A tragédia humanitária que assola a Faixa de Gaza alcançou níveis alarmantes e escancara o uso deliberado da fome como arma de guerra. Em apenas 72 horas, 21 crianças morreram de inanição, elevando para mais de 100 o número oficial de vítimas fatais por desnutrição desde outubro de 2023. Organizações médicas e humanitárias, como a MedGlobal e a ONU, denunciam que os bloqueios israelenses impedem a entrada de alimentos e medicamentos, agravando a situação de 2,4 milhões de pessoas no território.

Segundo o diretor do Hospital Al Chifa, Mohamed Abu Salmiya, a escassez de insumos básicos e a ausência de fórmulas terapêuticas tornam impossível salvar crianças subnutridas. Joseph Belliveau, diretor da MedGlobal, foi enfático: “Isso não é consequência inevitável da guerra, mas um desastre deliberado e causado pelo homem”.

A denúncia ganha ainda mais gravidade com o relato de que mais de mil pessoas foram mortas por forças israelenses ao tentarem buscar alimentos. O comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, acusou diretamente Israel de transformar a distribuição de ajuda em “uma armadilha mortal sádica”, com atiradores de elite agindo impunemente. A ONU, impedida de entrar em Gaza desde o início do conflito, também se recusa a cooperar com o Fundo Humanitário de Gaza (GHF), fundado por Israel e Estados Unidos e acusado de ineficácia e manipulação.

A fome não poupa ninguém — nem mesmo os jornalistas. A agência francesa AFP relatou que seus profissionais em Gaza estão à beira da morte por inanição, vivendo em ruínas, sem acesso a água e alimentos. Com mais de 200 jornalistas mortos e dezenas incapacitados, o enclave tornou-se o lugar mais letal do mundo para o exercício do jornalismo. Ainda assim, são esses repórteres que continuam sendo os olhos do mundo dentro de Gaza.

Diante desse cenário desumano, a Liga Árabe declarou que Israel comete genocídio ao utilizar a fome como instrumento de punição coletiva. Em reunião extraordinária, os 22 países membros exigiram o fim imediato do bloqueio, a abertura de passagens humanitárias e a responsabilização de Israel por crimes contra a humanidade. Apelaram também à comunidade internacional — em especial aos Estados Unidos — para pressionar por um cessar-fogo e pela proteção da população civil.

Para O Lutador, esta denúncia exige não apenas solidariedade internacional, mas ação ética e política concreta em nome da justiça e da vida. O silêncio e a inércia diante do sofrimento do povo palestino reforçam a barbárie. Que a voz dos que têm fome continue ecoando com força até que cesse o cerco e floresça a dignidade.

Cf. Matéria completa em IHU

 

 

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