F/ Pixabay

 

Pizzaballa: "A situação na Faixa de Gaza é moralmente inaceitável e injustificável"

Por Religión Digital

"Entramos num lugar de devastação, mas também de humanidade maravilhosa. Caminhamos pela poeira das ruínas, prédios desabados e tendas por toda parte", observou, antes de enfatizar que essas tendas "se tornaram lares para aqueles que perderam tudo". "Estávamos com famílias que perderam a conta dos dias de exílio porque não veem horizonte de retorno. As crianças conversavam e brincavam sem pestanejar, acostumadas aos sons dos bombardeios", relatou.

A dignidade daqueles que se recusam a ser extintos

Assim, ele enfatizou que, durante a visita, ambos testemunharam "algo mais profundo que a destruição: a dignidade do espírito humano que se recusa a se extinguir". "Cristo não está ausente em Gaza. Ele está lá, crucificado entre os feridos, sepultado sob os escombros, e ainda assim presente em cada ato de piedade, em cada vela na escuridão, em cada mão estendida aos que sofrem", argumentou Pizzaballa.

"É importante enfatizar e repetir que nossa missão não é para um grupo específico, mas para todos", enfatizou. "A ajuda humanitária não é apenas necessária; é uma questão de vida ou morte. Negá-la não é um atraso, mas uma sentença. Cada hora sem comida, água, remédios e abrigo causa danos profundos", lamentou, referindo-se às severas restrições de Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza.

"Acabe com essa bobagem"

Nesse sentido, ele expressou seu apoio às agências humanitárias que "arriscam tudo para trazer vida a esse mar de devastação humana" e disse que "é hora de pôr fim a essa insensatez, acabar com a guerra e colocar o bem comum do povo como nossa principal prioridade", de acordo com a transcrição de suas observações fornecida pelo Patriarcado Latino de Jerusalém.

"Rezamos e pedimos pela libertação de todos aqueles privados de liberdade, o retorno dos desaparecidos e reféns, e a cura das famílias que sofrem em todos os lugares", disse Pizzaballa, insistindo que "quando a guerra terminar, haverá um longo caminho pela frente para iniciar o processo de cura e reconciliação entre os povos palestino e israelense".

Desta forma, ele enfatizou que o conflito "causou muitas feridas na vida de muitas pessoas" e, portanto, defendeu "uma reconciliação autêntica, dolorosa e corajosa". "Não para esquecer, mas para perdoar. Não para apagar as feridas, mas para transformá-las em sabedoria. Somente este caminho pode tornar a paz possível, não apenas no plano político, mas também no plano humano", concluiu.

Entramos como servos do corpo sofredor de Cristo, caminhando entre os feridos, os aflitos, os deslocados e os fiéis cuja dignidade permanece intacta apesar de sua agonia.

De sua parte, Teófilo III disse que Gaza "é uma terra marcada por aflição prolongada e perfurada pelos gritos de seu povo". "Entramos como servos do corpo sofredor de Cristo, caminhando entre os feridos, os aflitos, os deslocados e os fiéis cuja dignidade permanece intacta apesar de sua agonia", disse ele.

"Lá, encontramos pessoas esmagadas pelo peso da guerra, que ainda carregavam consigo a imagem de Deus. Entre as paredes destruídas da Igreja da Sagrada Família e os corações feridos de seus fiéis, testemunhamos tanto uma dor profunda quanto uma esperança inabalável", enfatizou.

"O silêncio diante do sofrimento é uma traição à consciência"

"A missão da Igreja em tempos de devastação se baseia no ministério da presença, no acompanhamento dos que choram, na defesa da sacralidade da vida e no testemunho da luz que nenhuma escuridão pode extinguir", disse ele, antes de transmitir à comunidade internacional que "o silêncio diante do sofrimento é uma traição à consciência".

ofensiva contra Gaza, lançada em resposta aos ataques de 7 de outubro de 2023 — que deixaram cerca de 1.200 mortos e quase 250 sequestrados, segundo o governo israelense — deixou até agora mais de 59 mil palestinos mortos, segundo informações das autoridades do enclave palestino, controlado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), embora se tema que o número seja maior.
Fonte: IHU

 

 

Últimas notícias

Brasileiros desconfiam da política institucional, mas valorizam instituições próximas do povo

Cidadania

Essa desconfiança generalizada impacta diretamente a governabilidade, a participação política e a vitalidade da democracia. A diretora do Ipec, Márcia Cavallari, alerta: “É urgente reconstruir a confiança social. Sem isso, as instituições perdem sua capacidade de representar e servir o povo”.

24   julho   2025

Pizzaballa: "A situação na Faixa de Gaza é moralmente inaceitável e injustificável"

Mundo

"É importante enfatizar e repetir que nossa missão não é para um grupo específico, mas para todos", enfatizou. "A ajuda humanitária não é apenas necessária; é uma questão de vida ou morte. Negá-la não é um atraso, mas uma sentença. Cada hora sem comida, água, remédios e abrigo causa danos profundos", lamentou, referindo-se às severas restrições de Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza.

23   julho   2025

O sucesso do Pix desafia mitos neoliberais e inspira modelos financeiros mais justos

Cidadania

O sucesso do Pix não apenas evidencia a viabilidade de soluções públicas modernas, como também desmonta o mito neoliberal da “ineficiência do Estado”. Além disso, ameaça diretamente o lucro dos bancos privados, cujas tarifas e burocracias se tornaram obsoletas frente à agilidade e gratuidade do sistema brasileiro.

23   julho   2025

Gaza sob cerco: a fome como arma de guerra

A fome não poupa ninguém — nem mesmo os jornalistas. A agência francesa AFP relatou que seus profissionais em Gaza estão à beira da morte por inanição, vivendo em ruínas, sem acesso a água e alimentos. Com mais de 200 jornalistas mortos e dezenas incapacitados, o enclave tornou-se o lugar mais letal do mundo para o exercício do jornalismo.

23   julho   2025
Utilizamos cookies para melhor navegação. Ao utilizar este website, você concorda nossa Política de Cookies e pode alterar suas Preferência de Cookies. Consulte nossa Política de Privacidade.
Não aceito