Por Luis Miguel Modino
A importância do Vaticano II
Um Deus que se tornou mais compreensível para a humanidade com o Concílio Vaticano II. Foi nessa dinâmica conciliar que Francisco, o Papa dos deserdados da Terra, que nunca deu as costas aos pobres, exerceu seu pontificado. Esse é um legado pelo qual não devemos deixar de agradecer, pois tem sido um testemunho de autenticidade evangélica, que deve ser sempre um ponto de referência para a Igreja em qualquer momento da história.
O grande desafio é responder às preocupações da humanidade, algo que Francisco tem feito em suas encíclicas, exortações e constituições evangélicas, mas também em suas homilias, discursos e em tantos momentos em que saiu do roteiro, que é onde o autêntico Bergoglio aparece. Um magistério que a Igreja, mas especialmente seu sucessor, deve continuar a promover ou, pelo menos, não deve deixar de levar em conta.
Os últimos anos de seu pontificado foram marcados por seu firme compromisso com a sinodalidade, por seu chamado a olhar para o futuro, a ser corajosos, proféticos, uma qualidade que os cardeais pediram explicitamente para o próximo Papa nas congregações gerais, um Papa profético. Apostar na coragem que se sente quando se experimenta o impulso do Espírito, que nos leva a proclamar o Evangelho, com alegria e sem medo, como uma Igreja sinodal em missão.
O batismo como sacramento fundamental
Daí a necessidade de continuar em um caminho que tem como data marcante a Assembleia Eclesial convocada por Francisco para outubro de 2028. Seu sucessor é desafiado a encorajar esse processo, na prática, com um compromisso resoluto, sem ficar só em palavras. Mostrar que estamos diante de um caminho que tem como fundamento o Espírito que nos chama a viver em comunhão, a caminhar juntos, entendendo que o Batismo é o primeiro sacramento, o fundamento da vida cristã, independentemente do ministério que a Igreja confia a cada pessoa. Um Espírito que se revela quando, como e em quem Ele quiser.
No final das contas, a Igreja é Mãe, e uma mãe sempre quer um futuro melhor para seus filhos, especialmente para aqueles que, por vários motivos, estão passando por momentos difíceis. Isso é o que pode construir a novidade que o futuro exige da Igreja. Está na hora de ela encontrar aquele que pode guiá-la, uma missão confiada aos 133 cardeais que entrarão na Capela Sistina na tarde de quarta-feira, 7 de maio, para eleger o sucessor de Pedro e Francisco.
“Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre quem não crê, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático.”
09 maio 2025Leão XIV enfatizou a importância da relação pessoal com Jesus, “no empenho em percorrer um caminho quotidiano de conversão”. Mas depois também, “como Igreja, vivendo juntos a nossa pertença ao Senhor e levando a todos a sua Boa Nova”, lembrando as palavras de Lumen gentium.
09 maio 2025[Celso P. Carias] - Francisco, quanto amor fora da Igreja você despertou, mas quanto ódio apareceu dentro da própria. E por quê? Por que os pobres revelam nossas contradições e você amou os pobres. Os pobres revelam nossas mesquinharias.
08 maio 2025[Iser Assessoria] - A partir de seus seminários e publicações, o Iser Assessoria conclui que as CEBs não são uma estrutura do passado, mas uma expressão viva de uma Igreja sinodal, missionária e comprometida com os pobres – como deseja o Papa Francisco. O caminho, ainda que difícil, continua sendo feito com esperança e pé no chão.
08 maio 2025