Por Antônio Carlos Santini
7/02/2025 – A cabeça de João Batista... (Mc 6,14-29)
Sim, é uma cena crua e chocante. Mas devia ser... natural! Se lemos o Evangelho, ouvimos a advertência muito clara do Mestre aos discípulos: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome” (Mt 10,22). “Sereis presos e perseguidos” (Lc 21,12). “Se me perseguiram, perseguirão a vós também!” (Jo 15,20b).
Ora, João Batista é um discípulo por antecipação: ele é o pré-cursor, aquele que “corre na frente”. Últimos dos profetas, e maior que todos eles, seu martírio apenas confirma a sua missão e sua identificação com o Cordeiro que ela havia apontado às margens do Jordão (cf. Jo 1,36).
Beda, o Venerável [673-735 a.C.], escreve sobre o Batizador: “Assim este homem tão grande chega ao fim de sua vida pela efusão de seu sangue. após um longo e penoso cativeiro. Ele, que anunciara a Boa Nova da liberdade e uma paz superior, é lançado à prisão por gente ímpia. É trancado na obscuridade de um calabouço aquele que tinha vindo para dar testemunho da luz, e merecera ser chamado de tocha ardente de luz pela própria Luz, que é o Cristo! (Jo 5,35)”
Como pano de fundo, a evidência de que o martírio é o “estágio” final de uma vida cristã realizada plenamente. Um cristianismo à espera de louvores, títulos, cargos, aplausos e sucesso não passa de um mal-entendido. O distintivo do cristão é a cruz; qualquer outro seria uma fraude.
Prossegue a reflexão de Beda: “Por seu próprio sangue é batizado aquele a quem foi dado batizar o Redentor do mundo, ouvir a voz do Pai se dirigir ao Cristo e ver descer sobre ele a graça do Espírito Santo. Mas isso não lhe parecia penoso; ao contrário, parecia-lhe leve e desejável aguentar pela verdade os tormentos temporários que deixavam entrever eternas alegrias. Ao preferir a morte, que, de todo modo, era naturalmente inevitável, João escolhia aceitá-la confessando o nome de Cristo. Assim ele recebia a palma da vida eterna”.
Em tempos difíceis para todos, quando o sofrimento se torna o pão de cada dia, o cristão leva a vantagem de encontrar na cruz um ponto de contato com o Crucificado, transfigurando a própria dor e buscando aliviar a dor do próximo. Longe de se desesperar ou de buscar compensações de qualquer tipo – prazeres, diversões ou anestesias -, o discípulo fiel abraça a cruz na certeza de assim se identificar com o Mestre.
Já sabia disso o próprio Apóstolo: “A vós foi concedida a graça, não só de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele”. (Fl 1,29) E a certeza de um desfecho feliz: “Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deve revelar-se em nós” (Rm 8,18).
Orai sem cessar: “Para mim, o viver é Cristo!” (Fl 1,21)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Aprender a amar para aprender a viver. Reconhecimento dos territórios e movimentos internos. Atenção ao momento, ao aqui e agora nesse diálogo interior. Descentramento de si. O pai (ou os pais) na criança, que não nos deixam só. A liberdade que vem de uma relação de amor...
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