F/ Agostin

 

9/03/2025 – Foi conduzido pelo Espírito...  (Lc 4,1-13)

Por Antônio Carlos Santini

9/03/2025 – Foi conduzido pelo Espírito...  (Lc 4,1-13)

            Este é, sem dúvida, um dos evangelhos mais visitados e conhecidos, pois a liturgia sempre insiste nele, em cada Quaresma. Pena que o foco do leitor e do pregador se cristalize quase sempre nas “tentações” contra Jesus, nas iniciativas do espírito maligno, deixando na sombra aquele aspecto principal do episódio: Jesus vai ao deserto “conduzido pelo Espírito Santo”.

            Logo antes, em seu batismo penitencial no Jordão, descera (e permanecera!) sobre Jesus de Nazaré, na forma visível de uma pomba (cf. Jo 1,32), o próprio Espírito de Deus, enquanto a voz do Pai o identificava para nós: “Este é meu Filho bem-amado...”

            Acompanhemos o comentário do monge André Louf sobre este Evangelho:

            “Jesus conduzido pelo Espírito Santo: uma realidade tão essencial quanto inefável para Jesus, assim como para cada um de nós. O Espírito: ternura, força de Deus, que acolhe e agasalha, carrega e sustenta. Àquele que assim nos conduz, a gente se abandona cegamente, desde que sintamos sua mão pousada sobre nossa mão ou sobre nossos ombros. Quer ela nos puxe atrás dela, quer nos empurre à sua frente, nós nos deixamos levar por essa mão de Deus que não nos deixa em nenhum instante, mesmo nas horas mais sombrias, quando nem mesmo percebemos que ela nos sustenta.”

            Esta realidade – a presença atuante em nós do Espírito de Deus – é fruto de nosso batismo cristão, hoje tão desvalorizado por aqueles que o dispensam, mas também pouco conhecido por quem o pede apenas por costume... Desde aquele “mergulho” em Deus, o Espírito habita em nós como num templo (cf. 1Cor 3,16-17).

            Prossegue André Louf: “Jesus, por sua vez, conhecerá essa hora das trevas no coração de sua Páscoa. Ele gritará para seu Pai quando não ouvir mais sua voz, quando não se sentir mais transpassado por seu olhar de amor, e se julgar impiedosamente abandonado. Por ora, não é assim. É na alegria e no estremecimento do Espírito que Jesus aborda o deserto”.

            “A solidão e a fome levam-no ao extremo. Jesus é colocado a nu, despojado, empurrado até os limites de suas possibilidades humanas. Somente o Espírito Santo pode sustentar um homem, sem presunção de sua parte, sobre uma corda assim tão frágil. Mas também o outro espírito é posto a nu. O deserto e a fome o obrigam a se revelar. Na provação de Jesus, pobre e desarmado, o Espírito de Deus pode, enfim, afrontar em um corpo a corpo o espírito do mal. E Jesus se presta a esse confronto que chamamos de tentação.”

            Contemplando a experiência de Jesus no deserto, é preciso deixar mais evidente o papel do Espírito Santo em nosso combate espiritual.

 

Orai sem cessar: “Não me priveis, Senhor, de vosso Santo Espírito!” (Salmo 51,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

 

 

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