Por Da redação
O fascismo, ao longo da história, nunca se limitou a um programa político ou a uma forma de governo. Ele sempre foi também uma estética, isto é, um conjunto de símbolos, imagens e encenações que mobilizam emoções e constroem identidades coletivas. Os regimes totalitários do século XX sabiam disso: desfiles militares, arquitetura monumental, uniformes, bandeiras e propagandas grandiosas não eram apenas ornamentos, mas instrumentos de poder. A estética servia para glorificar a ordem, a disciplina e a autoridade, criando uma sensação de pertencimento que dissolvia o indivíduo na massa.
O fascismo sempre soube que o poder não se sustenta apenas em leis ou armas. Ele também se alimenta de símbolos. Nos regimes do século XX, desfiles, uniformes, bandeiras, monumentos e grandes espetáculos não eram simples enfeites, mas instrumentos para gerar emoção, criar identidade e transformar a massa em força obediente. A estética fascista exaltava ordem, disciplina e autoridade, colocando a coletividade acima do indivíduo.
Hoje, essa lógica não desapareceu. Apenas mudou de forma. Se antes ela se mostrava em praças lotadas e arquiteturas imponentes, agora se espalha em redes sociais, vídeos curtos, memes e símbolos digitais. A nova extrema-direita sabe mobilizar imagens fortes que falam de pátria, tradição e pureza, ocupando um espaço simbólico muitas vezes abandonado pela política liberal e democrática.
Essa estética também guarda raízes coloniais e raciais: continua a reforçar hierarquias entre culturas e povos, atualizando velhas ideias de supremacia. Além disso, opera dentro das próprias democracias, aproveitando-se das instituições, mas corroendo-as por dentro, ao normalizar discursos de ódio e legitimar violências.
Diante desse cenário, a pergunta é clara: como responder? O desafio não é apenas político, mas também simbólico. É preciso construir estéticas da democracia, da fraternidade e da justiça que sejam capazes de tocar o coração das pessoas e mobilizar pelo bem comum. Resistir ao fascismo é também disputar o campo dos símbolos, oferecendo ao povo imagens e narrativas que inspirem esperança, solidariedade e compromisso com a dignidade humana.
Confira o vídeo do IHU abaixo
Quando o grotesco vira linguagem política: este vídeo do IHU revela como imagens violentas, bizarras ou caricaturais conquistam corações e mentes — e ajudam a normalizar o autoritarismo sob aparência democrática.
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