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04/04/2022 Luis Miguel Modino - Prensa CELAM Edição 3946 A Secretaria do Sínodo convida a escutar para ser bons comunicadores sinodais
F/ LM Modino
"Emilce Cuda insistiu na necessidade de ouvir certos grupos e realidades muitas vezes ignoradas pela Igreja, o que pode ajudar a aprofundar o conhecimento da realidade social e eclesial, um elemento decisivo para avançar no caminho sinodal."

A missão na Igreja é comum, e todos participam dela, inclusive os comunicadores. Poderíamos dizer que a grande tarefa a que o Papa Francisco chamou a Igreja neste momento da história é o Sínodo da Sinodalidade, um processo promovido pela Secretaria do Sínodo dos Bispos. Acompanhe a matéria de Luis Miguel Modino

Através da Comissão de Comunicação, com a presença de seu coordenador Thierry Bonaventura e outros membros e em colaboração com a Pontifícia Comissão para a América Latina, representada por sua secretária Emilce Cuda e com o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que esteve presente através do Centro para a Comunicação, foram realizadas esta semana reuniões com comunicadores da América Latina e do Caribe, tanto em espanhol como em português, para as quais foram convidados os responsáveis pela comunicação nas diferentes conferências episcopais e redes eclesiais.

Tecer  redes de colaboração

O Cardeal Mario Grech dirigiu-se a eles, tornando-os conscientes da missão comum, que não é outra senão "comunicar para transmitir a Boa Nova que Jesus trouxe ao mundo", tudo isso em vista de uma Igreja sinodal, que promove "a participação e a comunhão para a evangelização". O secretário do Sínodo dos Bispos vê os comunicadores como parceiros, insistindo que "sua contribuição é de vital importância, pois se a comunicação for deficiente ou parcial, a mensagem não será bem transmitida". Em suas palavras ele enfatizou que "para sermos bons comunicadores sinodais precisamos aprender a arte de escutar", ao Espírito Santo, à palavra de Jesus, e ao povo de Deus.

Dom Miguel Cabrejos destacou a "inestimável contribuição dos comunicadores para o caminho de nossa Igreja no continente, como baluarte da missão evangelizadora nestes tempos em que privilegiamos a escuta, o diálogo e a sinodalidade". Isso foi vivenciado no itinerário da Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, afirmou o presidente do CELAM, convidando a participar da implementação dos desafios que surgiram.

O presidente do episcopado peruano salientou a importância da escuta para uma boa comunicação e um diálogo autêntico. Por esta razão, ele encorajou a continuar a fazer da comunicação um instrumento para promover o cuidado pastoral da escuta e a cultura do encontro no coração e na vida do Povo Santo de Deus. Neste sentido, o Centro para a Comunicação do CELAM quer "tecer redes de colaboração que fortaleçam a unidade, a fraternidade e a comunicação em nossa Igreja, como mensageiros de esperança, misericórdia e vida plena", insistiu seu presidente.

Por uma conversão pastoral

Ao tratar dos processos de comunicação relacionados ao Sínodo da Sinodalidade, três prioridades-chave devem ser levadas em consideração, de acordo com Mauricio López. Primeiro, acompanhar a metanoia (profunda transformação), os processos de conversão pessoal a fim de abraçar o convite sinodal à comunhão, participação e missão. Em segundo lugar, fomentar a alteridade, garantir que o exercício sinodal gere encontros de diálogo recíproco, de escuta significativa e substancial, que considere ir ao improvável, fazendo a ponte para aqueles que nunca foram ouvidos, mas que ele vê como os favoritos de Deus. A terceira chave é a parresia (intrepidez), que os processos comunicacionais consideram a perspectiva profética, a denúncia, o olhar de resposta às situações mais urgentes de nossa sociedade, fazendo uma opção pelos excluídos.

Na América Latina este processo, lembrou Maurício, começou há cerca de 60 anos e mais recentemente em Aparecida, onde se fala de uma conversão pastoral, que na realidade é uma conversão integral de uma Igreja em saída para as periferias e está comprometida com a realidade concreta. A partir daí, foram dados passos que levaram a periferia ao centro: REPAM, Sínodo para a Amazônia, com uma escuta sem precedentes, CEAMA, Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, sempre procurando envolver aqueles que nunca participaram destes processos.

Mauricio López insiste como um desafio de comunicação, o fato de mostrar este processo além dos acontecimentos isolados, um processo que reflete a manifestação progressiva do Espírito Santo em todo este caminho, levando a integrar estes aspectos e continuar a promover uma cultura sinodal na Igreja, para criar e promover uma outra forma de ser Igreja à luz das reformas que o Papa Francisco nos propõe. Ele também destacou a importância da Comunhão Episcopal, onde a escuta como dom aparece, o que deveria nos levar a pedir a Deus o dom da escuta para ouvir com Ele o povo e respirar no povo a vontade para a qual Deus nos chama.

Ouvir grupos que tem sido ignorados

Os participantes das reuniões puderam compartilhar como o processo sinodal está sendo vivido na fase diocesana em cada uma das regiões da América Latina e do Caribe. Neste sentido, Emilce Cuda insistiu na necessidade de ouvir certos grupos e realidades muitas vezes ignoradas pela Igreja, o que pode ajudar a aprofundar o conhecimento da realidade social e eclesial, um elemento decisivo para avançar no caminho sinodal.

A comissão de comunicação ofereceu algumas diretrizes para a realização de um melhor trabalho comunicativo, mostrando os recursos presentes no site do Sínodo e pedindo um envolvimento cada vez maior nos processos comunicativos nas diferentes mídias e redes sociais, onde querem contar com a colaboração de todos, inclusive da grande mídia, buscando assim promover na Igreja e na sociedade uma cultura sinodal, baseada no diálogo e na comunhão.

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