Entrevistas Vocacional
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15/11/2022 Luis Miguel Modino Edição 3953 Escola Vocacional na Amazônia: Um Cristo distante da vida não pode ser a escola de nenhum vocacionado sério
F/ REPAM-Brasil
"Ajudar com que as pessoas, elas possam realmente se despertar para acompanhar outras pessoas a viver sua vocação”, é um elemento importante segundo a Ir. Gervis Monteiro da Silva. “Uma vocação à vida, a vocação humana, o sentido de pertença à Igreja, sentir-se discípulos missionários, pessoas envolvidas vivendo seu Batismo"

O Centro de Formação Maromba da Arquidiocese de Manaus acolhe de 11 a 15 de novembro a Terceira Etapa da Escola Vocacional, que conta com a participação de 70 pessoas de toda a Amazônia. O tema deste ano é “Graça, vocação e profecia: por uma Igreja sinodal na Amazônia”. Uma escola que neste ano, “ela procura enraizar as propostas do Sínodo amazônico, nessa dimensão vocacional”, segundo o Ir. Ronilton Santos. O irmão Marista também destaca a profunda sintonia com os 50 anos de Santarém e com o Ano Vocacional Nacional.

Uma Escola que quer ajudar a descobrir “a importância da formação das lideranças para continuarem o trabalho de articulação da Pastoral Vocacional nas igrejas particulares, tendo em vista também o Ano Vocacional que celebramos em 2023”, segundo a Ir. Rose Bertoldo. A Secretária Executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acolheu os participantes em nome da Presidência do Regional, destaca a necessidade de “trabalhar as vocações na Amazônia e para a Amazônia a partir da realidade de cada diocese e prelazia”.

O Ir. Ronilton, que faz parte da coordenação da Escola, destaca o fato de “trazer essa dimensão das temáticas vocacionais a partir da realidade amazônica, os temas, procurar olhar para a realidade e ver como as vocações estão surgindo ou não estão surgindo na Amazônia, como é que a gente vai trabalhar a vocação leiga na Amazônia, que importância que nós estamos dando para essas vocações”.

“Ajudar com que as pessoas, elas possam realmente se despertar para acompanhar outras pessoas a viver sua vocação”, é um elemento importante segundo a Ir. Gervis Monteiro da Silva. “Uma vocação à vida, a vocação humana, o sentido de pertença à Igreja, sentir-se discípulos missionários, pessoas envolvidas vivendo seu Batismo”, insiste a religiosa Paulina. Algo que tem que levar, na linha do Concílio Vaticano II, a “criar uma cultura vocacional na Igreja, fazer com que todas as pessoas, toda a Igreja, todos os batizados, padres, religiosos, leigos, as famílias, se sentam mesmo responsáveis de animar as pessoas para viver a sua vocação na Igreja, nos diferentes ministérios”, buscando fazer com que “a Igreja se torne cada vez mais ministerial”.

Sobre as vocações na Amazônia a Igreja dá duas dicas, segundo o Padre Vanthuy Neto. Ele destaca a necessidade de “ficar perto das pessoas pelo caminho da encarnação”, insistindo em que “não tem como ser vocacionado da Escola de Jesus Cristo no distanciamento das pessoas e da vida das pessoas, seus desafios de vida, seus problemas e situação. Os vocacionados são chamados a viver uma comunhão de intimidade, de destino com as pessoas que nos é colocado para viver”.

O Padre Vanthuy, que é um dos assessores da Escola, diz que “não é possível viver a vocação numa experiência de distanciamento”, fazendo um chamado a desde a sinodalidade, caminhar juntos. Isso é visto como um desafio e uma graça muito grande, porque “quando a gente pode estar no meio das pessoas, viver com elas, a gente vive um processo muito parecido com o de Jesus, de desapego, de aprender coisas com as outras pessoas, mas também de dar”. O Padre da Diocese de Roraima coloca como exemplo “esse movimento de São Francisco de dar e receber é muito bonito na vida dos vocacionados”.

Em um mundo que cada vez mais aumentam grandes situações que negam a humanidade, diz o Padre Vanthuy Neto, colocando como exemplo o garimpo, a questão da mineração, a questão energética, que tanto atinge os povos indígenas, ele insiste em que “não tem como ser vocacionado e não defender a vida desses menores. Não tem como estar na Amazônia a não defender os povos indígenas”.

Também se refere à importância de “descobrir uma boa companhia do povo de Deus, as pessoas simples, com os passos que aqui se tem”, sem buscar evasão o que acontece em outros lugares. Nesse sentido, se referindo à experiência de Missão dos seminaristas do Seminário São José de Manaus na Prelazia de Borba, destaca o fato de ficar no meio do povo, pescando, tirando açaí, algo que desafia a “entrar na vida das pessoas com muita simplicidade”.

Finalmente, o Padre Vanthuy ve imprescindível “falar da pessoa de Jesus, do Verbo de Deus que tomou a nossa experiência, escolheu um lugar, que foi o lugar dos pobres, dos simples, quis viver com eles, teve um estilo de pobre e morreu pobre”. Por isso, “não tem como ser vocacionado se não conhecer a pessoa de Jesus e conhecer aqueles que querem bem a Jesus, os pobres, os simples, acompanhando os missionários, os padres, acolher também quem chega aqui”, salienta.

Algo que faz referência ao Documento de Santarém, que diz que “dar a conhecer a pessoa de Jesus é um grande desafio hoje aqui na Amazônia, de modo especial nesse modelo de Igreja cada vez mais de um Cristo desencarnado, de um Cristo que é apresentado como poderoso, mas distante da vida das pessoas”. Seguindo o que escreve São Paulo: “quem nega a encarnação de Cristo, se torna um anticristo”, ele reflete sobre “uma propaganda tão grande de um Cristo distante da vida dos homens, das mulheres”, dizendo abertamente que “essa não pode ser a escola de nenhum vocacionado sério”.

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