Estamos a poucos dias do nosso XVII Capítulo Geral Eletivo. Os preparativos estão sendo agilizados. Nosso Capítulo será presencial. Seguiremos com o cuidado devido, obedecendo os protocolos da vigilância sanitária: álcool gel, máscara, distanciamento...
Estes tempos de pandemia nos ensinou muita coisa. Conscientes de que no universo religioso, quando militamos com certezas espirituais e doutrinais, na ordem da fé, somos desafiados a pensar e repensar a vivência de nosso cristianismo e carisma.
‘A fé é a chave que abre todas as portas’.
A criatividade é a ordem de comando na situação limite! Não será um tempo para esquecer! Fomos provocados a dar passos, ensaiar novos caminhos, sair da caixa, para reinventar o formato, para descobrir novas linguagens. Este não é um tempo para a simples sobrevivência, mas quem sabe, o tempo para sonhos, para projetos maiores do que nós, tempo para, apesar de toda frustração, para realizações inéditas.
Tempo de redescobrirmos o Deus da ternura, o Deus da misericórdia, o Deus próximo, o Deus comprometido conosco, o Deus que está ao lado da vítima, ao lado do que sofre; o Deus presente porque Eucarístico (presença real de Jesus Cristo nas espécies do pão e do vinho transubstanciados no Corpo e Sangue de Cristo).
Nosso desejo é que o tempo do Capítulo Geral seja tempo da graça, da redescoberta, de coisas que já sabemos e conhecemos, mas que precisam ser despertadas, porque andam apagadas, porém latentes em nosso dia-a-dia.
Buscaremos sempre na força da Eucaristia, guiados pelas mãos de Maria, nossa mãe, que nos inspira sempre a encontrar na força do carisma a razão de ressignificar nossa Vida Religiosa Consagrada Sacramentina.
Estamos saudosos dos irmãos e irmãs, sentimos a ausência de proximidade de nosso povo, sobretudo nas celebrações. Ainda nem todos podem frequentar as igrejas e templos para participar das liturgias. É visível perceber o povo faminto da Eucaristia. Mas a Eucaristia é ampla! Ela não se limita à celebração ou à adoração do Santíssimo, ou em manifestações exteriorizadas de oração. Ela se estende pela práxis cristã em atos e atitudes de vida que demarcam a adesão a Jesus Cristo em toda a realidade existencial. Podemos enumerar uma diversificação enorme de gestos e atitudes eucarísticas, no dia-a-dia, quando fiéis tomam a iniciativa de prestar algum serviço espontâneo a seu próximo necessitado: uma palavra, um cumprimento, um sorriso, uma oferta de alimento (partilha), o cuidado de ir ao supermercado ou à farmácia, para quem não pode se deslocar...
A Eucaristia não se limita à celebração.
É oportuno recordar que nosso fundador, o Pe. Júlio Maria De Lombaerde, SDN, intuiu o carisma de dinamizar o espírito eucarístico, ou seja, não se restringir à ação de comungante somente na celebração, mas de viver o espírito eucarístico na vida, ter os mesmos sentimentos de Jesus, a mesma sensibilidade mediante situações extremas de pessoas necessitadas.
Para ele, “não bastava ver o sacrário, ver a sua glória, ver o seu brilho: era preciso participar dele, era preciso entrar em contato com Jesus na Eucaristia. Mais que adoração, era preciso recepção, mais que recepção a assimilação do Pão Vivo”.
O Pe. Júlio Maria viveu na época de grande entusiasmo pelos congressos eucarísticos. Eram eventos de enorme propagação e divulgação do culto eucarístico. Falava alto para o povo participar e contemplar a Hóstia consagrada. Porém, observava o Pe. Júlio Maria, que nascia a tendência de “fazer da Eucaristia um sacramento isolado da vida cristã” (ou da “comunidade”). Por isso, ele muito empenhou em fazer da práxis cristã o palco da ação eucarística, ou seja, dinamizar a fé com atos de caridade, de cidadania, de comprometimento, de presença ativa em todos os setores da sociedade visando sempre o bem comum. Isto, para ele, era ser eucaristia, “eucaristizar” tudo e todos na demonstração do compromisso com a fé em Jesus Cristo.
Expectativa
Com este espírito, é que nos preparamos para o XVII Capítulo Geral Ordinário Eletivo, a acontecer nos dias 18 a 22 de outubro de 2021, na Casa-Mãe, em Manhumirim-MG. Vamos contar com a assessoria do Pe. João Carlos Almeida, scj (o Pe. Joãozinho). Vivemos a expectativa de descobrir novos horizontes, estabelecer itinerários, para reconfigurar nossa vida missionária e reorganizar nossas comunidades religiosas em vista do Ideal Sacramentino. Que o sonho de Deus brilhe para nós e nos possibilite, “Em tempos de novos desafios, firmar-se na Vida Religiosa Consagrada Sacramentina” regados no “Vinho novo de odres novos (Lc 5,38).
Leia também:
Migrantes e refugiados: eu não, nós
Nós decidimos como tratar refugiados
Setembro mês da Bíblia
Parlamentares católicos na busca do diálogo
Sete anos da REPAM - Rede Eclesial Pan-Amazônica
Não ao Marco Temporal
Mensagem conjunta para o cuidado com a criação
Inauguração de centro médico indígena
Um país onde todos possam se sentir à vontade
Sínodo 2023: lugar de comunhão, não de confronto
50 anos do Mês da Bíblia
Memória de Casaldáliga e desinvestimento em mineração
Campanha 'Solidariedade e Missão'
Vida humana e divina
Casaldáliga: Místico e profeta
Sonho realizado: escola ticuna
Um ano do massacre dos Abacaxis
Apoio incondicional ao sistema eletrônico
A missão, maior paradigma vocacional
#VacinaAmazônia, mais vacinas e maoir sensibilização
Trabalhar em rede, não isoladamente
O desafio de amazonizar o Brasil e o mundo
A vitória da indiferença diante das mortes
Acesse este link para entrar nosso grupo do WhatsApp: Revista O Lutador Você receberá as novas postagens da Revista O Lutador em primeira mão.