F/ Observatório L.A. Sinodalidad

 

Papa Leão XIV: “Queremos ser uma Igreja sinodal, que caminha, que busca sempre a paz”

Por Micaela Díaz Miranda

Em seu primeiro discurso como Sucessor de Pedro, o novo Pontífice prevê uma Igreja missionária, próxima e fiel ao Evangelho, com um forte chamado à unidade, ao diálogo e à paz.

Da varanda central da Basílica de São Pedro, o recém-eleito Papa Leão XIV Ele dirigiu sua primeira mensagem ao mundo com um tom pastoral, fraterno e esperançoso. Em um discurso marcado por referências ao Bom Pastor, ao espírito da sinodalidade e ao testemunho de seu antecessor, o novo Papa delineou as primeiras intuições de um pontificado que se configura como uma continuação do caminho iniciado por Francisco, mas com acentos pessoais de abertura, proximidade e missão.

“A paz esteja com todos vós” foi a primeira frase que ressoou na Praça de São Pedro, evocando as palavras do Senhor Ressuscitado. Para Leão XIV, esta paz é “desarmada e desarmante, humilde e perseverante. Vem de Deus. Deus, que nos ama a todos incondicionalmente”.

Igreja sem medo

O Papa recordou a voz de Francisco e expressou seu desejo de dar continuidade à bênção que seu antecessor ofereceu ao mundo: “Deus nos ama. Deus nos ama a todos. E o mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus”.

O Papa Leão XIV nos exortou a não ter medo, a caminhar juntos de mãos dadas, “unidos hoje pela mão de Deus e entre nós, avancemos. Sejamos discípulos de Cristo”, anunciando um Evangelho que ilumine a humanidade: “Cristo vos precede. O mundo precisa da vossa luz. A humanidade precisa de vós como ponte para ser alcançada por Deus e pelo seu amor. Ajudai-nos também a ser vós, uns com os outros, a construir pontes com o diálogo, com o encontro, unindo todos para sermos um só povo sempre em paz. Obrigado, Papa Francisco”.

Igreja Unida

O Pontífice agradeceu ao Colégio Cardinalício por lhe confiar a missão de suceder Pedro: “Quero também agradecer a todos os meus irmãos cardeais que me escolheram para ser o sucessor de Pedro e caminhar ao lado de vocês como uma Igreja unida, sempre buscando a paz e a justiça, sempre buscando trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo. Sem medo, para proclamar o Evangelho, para sermos missionários”.

Em referência à sua identidade espiritual, o Papa revelou: “Sou filho de Santo Agostinho. Um agostiniano. Ele disse: ‘Contigo sou cristão, e por ti sou bispo’. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a esta pátria que Deus nos preparou”.

Igreja Missionária

Ele convocou a Igreja de Roma a iniciar uma nova era missionária, de braços abertos como os da Praça de São Pedro: “Juntos, devemos começar uma Igreja missionária. Uma Igreja que construa pontes de abertura e diálogo, sempre aberta a acolher . Como esta praça, de braços abertos a todos. A todos os que precisam de caridade. Nossa presença, diálogo e amor“.

O discurso também tinha um forte sotaque latino-americano. O Papa Leão XIV saudou com emoção e em espanhol a Diocese de Chiclayo, no Peru, onde exerceu seu ministério episcopal: “Uma saudação a todos e de modo particular à minha querida Diocese de Chiclayo, no Peru, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé e deu tanto, tanto, para continuar sendo a Igreja fiel de Jesus Cristo”.

Um pontificado sinodal

Em seu discurso, o Papa Leão XIV delineou claramente o horizonte de seu pontificado: uma Igreja sinodal: “Queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, que sempre busca a caridade, que sempre busca estar próxima, sobretudo daqueles que sofrem”.

Hoje, no dia da festa de Nossa Senhora de Pompéia, nossa Mãe Maria deseja caminhar sempre conosco, estar perto de nós, ajudar-nos com sua intercessão e seu amor”, disse ele, enquanto pedia a graça especial de Maria e “rezava por esta nova missão, por toda a Igreja e pela paz no mundo”.      

Do Observatório Latino-Americano da Sinodalidade, este discurso é recebido como uma confirmação do caminho percorrido nas últimas décadas: uma Igreja do Povo de Deus, peregrina, em saída, dialogante, samaritana, construtora de paz.

Fonte: Observatório Latino-americano de sinodalidade

 

 

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