Por Antônio Carlos Santini
14/03/2025 – Depois, vem... (Mt 5,20-26)
Sim, depois. Não antes. Não enquanto alimentas ódio e ressentimento no coração. O rancor contaminaria a oferta que levas até o altar. Se queres ver aceita a tua oferta, procura primeiro o teu irmão, reconcilia-te e depois – só depois – estarás em condição de prestar culto ao Senhor.
Aqui, estamos diante de algo novo em relação à Primeira Aliança. Nesta, a reconciliação do povo com seu Deus se fazia por meio de vítimas e oferendas levadas ao altar. O sangue das vítimas era aspergido sobre a assembleia em ritual de purificação. Parte da carne – a melhor e mais gorda! – era queimada para Deus em holocausto. Outra parte era oferecida ao povo em refeição. Comer parte da vítima consagrada ao Senhor significava estar em comunhão com ele.
Agora, em clima de Nova Aliança, vem Jesus e chama nossa atenção para um aspecto ligado à coerência da fé e do culto divino. Podemos assim resumir a questão: como pretendes estar em comunhão com Deus enquanto estás em conflito com teu irmão, que pretende, igualmente, estar em comunhão com o mesmo Deus? Deus estaria assim fraturado e dividido? Teremos quistos de ódio no coração de Deus?
Ou ainda: se pretendes ser alvo do amor de Deus enquanto alimentas alguma modalidade de ódio (silêncios, reservas, antipatias, formação de partidos, rancores e ressentimentos...) não é uma incoerência? Ou esqueces que o mesmo Deus ama também ao irmão a quem aborreces?
Com toda a clareza, o ensinamento de Jesus nos vem despertar para a exigência de perdão, sem o qual nossa oferenda é apenas um gesto ritual vazio de conteúdo existencial, já que nossa vida desmente o rito que celebramos. Como diria o poeta, há distância entre intenção e gesto... E Deus, que lê os corações, certamente não acolherá a oferenda posta sobre a pedra do altar.
Sim, temos vítimas melhores que os bois e novilhos da Primeira Aliança. Não seria o caso de sacrificar a Deus o nosso orgulho? Os repentes de soberba? A ilusão que fazemos sobre nossa própria imagem? A avaliação inflacionada das ofensas que julgamos ter recebido de nosso irmão? Estas vítimas, com certeza o Senhor há de acolher com alegria, com muito mais prazer do que acolheria o sangue dos outros...
Não que o amor ao próximo fique acima do amor a Deus. Claro que não. Mas a falta de um desses amores viria a desmentir a existência do outro. Afinal, filiação e fraternidade se abraçam...
Orai sem cessar: “Vai, eu te envio a teus irmãos!” (Gn 37,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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08 maio 2025