Por Antônio Carlos Santini
17/03/2025 – Uma medida boa... (Lc 6,36-38)
Qual será a medida do amor? Qual a régua do perdão? Qual seria o gabarito da misericórdia? Estamos sempre atrás de “medidas”, preocupados em fugir de uma entrega total, de uma rendição incondicional. Até onde podemos ir sem correr grandes riscos. E quando alguém se mostra generoso e apaixonado, agindo fora da medida racional, já não conseguimos evitar as críticas: “Carola! Louco! Fanático!” Não foi assim que o pai comerciante reagiu às esmolas excessivas feitas por Francisco de Assis? Não é assim que Madre Teresa de Calcutá continua incomodando, mesmo depois de morta?
Logo após editar o estranho mandamento do amor aos inimigos (Lc 6,27ss), Jesus (exagerado, não?) acrescenta outro imperativo duro de engolir: ser misericordioso na medida em que o “nosso” Pai também o é.
E para nos fornecer uma “medida” no exercício da misericórdia, Jesus de Nazaré toma de empréstimo o comportamento típico de um comerciante de grãos que deseja conquistar o freguês palestino. É assim que ele nos dá o exemplo da “medida boa” (v. 38). O comerciante oriental está ali no mercado de rua. Costuma ficar agachado enquanto atende o comprador. Poderia ser o trigo, por exemplo. Como age o mercador?
Ele usa uma medida em forma de cone, que está presa entre seus joelhos. Derrama sobre ela os grãos de trigo, até enchê-la. Em seguida, dá umas pancadinhas à sua volta, de modo que os grãos se acamam e surge mais espaço no cone. O vendedor acrescenta mais trigo, para preencher o novo espaço. Gira rapidamente a medida em suas mãos, os grãos se juntam e aparece novo espaço. Torna a enchê-la. Agora, ele usa as duas mãos para apertar o trigo para baixo e o cone volta a oferecer um vazio no alto. Enfim, ele volta a preenchê-la e ainda faz um pequeno monte de grãos na parte superior.
Esta é a “medida boa, socada, sacudida e transbordante”. Já não cabe mais nada. Trata-se de uma medida em plenitude. Muito acima do normal, acima do “legal”, bem acima do sistema métrico.
Que é que Jesus pretende ensinar? Com a imagem do mercador, o Mestre nos ensina: Deus é assim. Assim é o “vosso” Pai. Ele sempre nos servirá além de toda medida humana. Deus é exagerado, pródigo, farturento... Deus não é avarento: jamais fará economia do seu amor por nós!
Depois de termos sido alvo de tanto amor, tanto perdão, tanta misericórdia – nós que estávamos condenados por nossos pecados (cf. Rm 3,23) -, ainda nos parece excessivo o mandamento de amar os inimigos?
Orai sem cessar: “O Senhor é bom; eterna é a sua misericórdia!” (Sl 100,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
[Celso P. Carias] - Francisco, quanto amor fora da Igreja você despertou, mas quanto ódio apareceu dentro da própria. E por quê? Por que os pobres revelam nossas contradições e você amou os pobres. Os pobres revelam nossas mesquinharias.
08 maio 2025[Iser Assessoria] - A partir de seus seminários e publicações, o Iser Assessoria conclui que as CEBs não são uma estrutura do passado, mas uma expressão viva de uma Igreja sinodal, missionária e comprometida com os pobres – como deseja o Papa Francisco. O caminho, ainda que difícil, continua sendo feito com esperança e pé no chão.
08 maio 2025[Kate Raworth] - A economista defende que os economistas devem abandonar métricas centradas apenas em retorno financeiro e repensar os indicadores de progresso humano. O foco deve ser gerar valor social, ambiental e cultural — restaurando os sistemas naturais dos quais a vida depende.
08 maio 2025[L. M. Modino] - Nenhum dos candidatos alcançou 89 votos entre os 133 cardeais que receberam a encomenda de escolher o sucessor de Pedro, mas também o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos dois últimos conclaves, o Papa Francisco foi eleito na quinta votação e no Conclave de 2005 o Papa Bento XVI foi eleito no quarto escrutínio.
08 maio 2025