Amar os pobres é entrar no coração da Revelação Cristã

A Exortação Apostólica do Papa Leão XIV Dilexi Te recoloca a opção pelos pobres no centro da fé cristã: não como filantropia, mas como chave para compreender quem Deus é. Jung Mo Sung explica por que este é um desafio profundo para a teologia e para a Igreja.

No artigo, o teólogo Jung Mo Sung analisa a força teológica da exortação Dilexi Te, na qual o Papa Leão XIV — acolhendo o documento preparado pelo Papa Francisco — afirma que o amor aos pobres não pertence ao campo da simples beneficência, mas ao da própria Revelação de Deus. Essa afirmação desmonta a separação moderna entre teologia dogmática, teologia moral e teologia pastoral, que historicamente relegou a opção pelos pobres a uma questão “secundária”, ligada apenas à ética ou à ação pastoral.

Jung Mo Sung mostra que, no horizonte da nova exortação, o cuidado com os pobres, a crítica às injustiças e a luta contra o pecado social não são consequências opcionais da fé, mas caminho privilegiado para compreender o ser de Deus. Jesus revela Deus amando, defendendo e se identificando com os pequenos; por isso, qualquer teologia que ignore os pobres corre o risco de transformar Deus em ídolo, insensível ao sofrimento humano.

A partir desse ponto, o autor destaca que a amizade social, a sensibilidade espiritual, a indignação ética diante da injustiça e o compromisso prático com quem tem sua vida ameaçada não são apenas gestos cristãos, mas critérios de autenticidade da própria teologia. Ou seja: é na opção concreta pelos pobres que se discerne se estamos compreendendo corretamente a Revelação.

Dilexi Te provoca toda a Igreja — especialmente seus centros de formação teológica — a reencontrar, na vida dos pobres, a chave para falar verdadeiramente de Deus.

Fonte: IHU