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Cristãos leigos e leigas: 50 anos fazendo história a serviço da vida

Por Denilson Mariano

O Santuário Nacional de Aparecida foi o local escolhido para a celebração do Jubileu do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Junto às águas do Rio Paraíba em que a Senhora Aparecida acolhe e envia os peregrinos, cristãos leigos e leigas de todo o Brasil foram convocados a avançar para águas mais profundas a serviço da vida e da esperança. Este 8º Encontro Nacional do Laicato do Brasil, com sua 43ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), teve como tema: “Cristãos leigos e leigas, peregrinos da esperança agindo na história, a serviço do Reino. O lema bíblico inspirador foi: “Sei em quem coloquei minha esperança” (2Tm 1,12). O encontro iniciou-se na quinta feira, dia 19, festa do Corpo de Cristo e encerrou-se com uma bela significativa romaria dos cristãos leigos e leigas, no domingo, dia 22 de junho de 2025.

Neste importante momento eclesial, de valorização e reconhecimento da importância do laicato no Brasil, tivemos uma boa participação do Leste II (MG) e entre estes, a presença de representantes do Conselho de Leigos da Diocese de Caratinga e do Movimento da Boa Nova, entidade filiada ao CNLB. O encontro teve como foco a caminhada do laicato no Brasil sua trajetória, desafios e perspectivas, numa Igreja orientada pela escuta, participação e corresponsabilidade entre clérigos e leigos. A dinâmica do encontro foi organizada em três blocos: 1. Sinodalidade e missionariedade; 2. Sinodalidade no serviço aos pobres; 3. Sinodalidade e formação laical. Seguem abaixo alguns acenos dos momentos mais importantes e significativos:

Na tarde do primeiro dia (19), Sônia Gomes, presidente do CNLB ao partilhar a participação dos leigos no último Sínodo da Igreja destacou: “Celebrar 50 anos na casa da Mãe Aparecida é compromisso de resistência de leigos e  leigas feridos como testemunho de esperança.Não podemos nos acovardar, é por amor ao Reino que somos presença e nos mantemos firmes. Para uma Igreja Sinodal é preciso que os leigos assumam a sinodalidade . Somos guardiões de uma fé pura de uma presença amorosa de Jesus”. Ela destacou a importância dada pelo Papa Francisco ao laicato enfatizando a coragem e a presença ativa dos leigos e leigas na vida da Igreja: “O Papa reconhece o papel do laicato como sinal de esperança e justiça para o mundo de hoje. Precisamos seguir com ousadia e fé esse chamado à sinodalidade”.

No inicio do segundo dia (20), a parte da manhã foi dedicada ao tema da Sinodalidade e Missionariedade. Na celebração eucarística, o presidente, Dom Gabrielli, ressaltou que a missão dos cristãos leigos e leigas passa pelo compromisso com a justiça social. “Se não partilhamos o pão, se não acolhemos quem sofre, se não denunciamos as injustiças, perdemos o sentido do seguimento de Jesus [...] “Somos chamados a ser memória viva do Evangelho, com gestos concretos que anunciem o Reino de Deus. A Eucaristia nos impulsiona a caminhar ao lado dos últimos, dos invisíveis, dos que carregam no corpo as marcas da exclusão.” No desenvolvimento do tema, Irmã Regina da Costa Pedro, das POM, reforçou que todos os batizados são corresponsáveis pela missão evangelizadora da Igreja: “Não é possível falar em Igreja sem falar em missão. A Igreja existe para evangelizar, porque Deus é missão. [...] Missão é aquilo que somos, não apenas o que fazemos”.

A parte da tarde do dia 20 foi dedicada ao tema: Sinodalidade no serviço aos pobres. Em uma mesa dedicada às experiências brasileiras no Sínodo da Sinodalidade, Sônia Gomes e Maria Cristina dos Anjos, assessora de migração da Cáritas Brasileira, relataram sua participação na etapa global do processo sinodal, realizada no Vaticano após convocação do Papa Francisco, um sinal de avanço na participação efetiva de mulheres leigas no Sínodo com direito a voz e voto. Elas reforçaram a esperança em uma Igreja mais aberta, plural e comprometida com os sinais dos tempos. Representantes das pastorais da juventude e da criança relataram seus trabalhos nas periferias e a importância de seguir da defesa e proteção da vida. Frei João Ferreira Júnior (secretário-executivo do Núcleo Lux Mundi), em presença virtual, trouxe uma reflexão sobre a escuta das vítimas como ponto de partida no enfrentamento dos abusos dentro da Igreja.

O terceiro dia (21) foi dedicado à sinodalidade e formação laical. Além de experiências concretas de formação como o projeto Formação continuada, do CNLB, Cesar Kusma, teólogo leigo explicitou o tema do dia com clareza e profundidade destacando a importância da formação de cristãos leigos e leigas para agirem como sujeitos eclesiais na Igreja e no mundo. Uma formação integral, partilhada, contínua e planejada para uma igreja em saída missionária às periferias. Uma formação que leve a formar pessoas de esperança, capazes de “levar esperança onde ela está ausente, onde as pessoas não têm mais força para esperar”.

A parte da tarde foi dedicada à realização 43ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Uma assembleia eletiva que seguiu os trâmites legais de acordo com o Estatuto e elegeu a nova diretoria com seu conselho fiscal. Eis os membro eleitos: Márcio José de Oliveira (Sul 1) Presidente; Marlise (Sul 4) Vice-presidente;  Patrícia (Norte 1) Secretária; Éder (Marista) Sub-Secretário; Adriano (Leste 2) Tesoureiro; Francisca (Norte 1) Vice Tesoureira.

O domingo (22) foi marcado por uma Ciranda da alegria conduzida pelo cantor e compositor Zé Vicente. Cantos que nos fizeram resgatar a Memória, a Profecia e o Testemunho para esperançar ainda mais caminhada do laicato do Brasil. Na sequência houve a celebração de envio da nova presidência e a caminhada ao Santuário para a grande celebração do Jubileu. Ao meio dia aconteceu a celebração de encerramento na Basílica presidida pelo Cardeal Jaime Spengler, atual presidente da CNBB. Este incentivou a caminhada do laicato no Brasil destacando a sua importância para o serviço de evangelização, como sal e luz do mundo.

 

 

 

 

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