Formação Leigos
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26/01/2022 Robson Ribeiro de Oliveira Castro Edição 3944 Leigos e leigas, impulso e coragem para o discipulado missionário Leigos e leigas investidos pelo Papa no ministério de catequista, leitor e acólito
F/ Mobon
"Papa Francisco no último dia domingo, 23 de janeiro de 2022, celebrou, na Basílica de São Pedro, o terceiro Domingo da Palavra de Deus. Nesta celebração, pela primeira vez, foi confiado o ministério de Catequista, de Leitor e de Acólito também a leigos e leigas. "

O anseio por uma “Igreja em saída”, um termo utilizado pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n. 24, traduz-se, de forma completa como uma Igreja missionária, capaz de sair de si mesma para chegar a todos. Assim só se torna possível uma “Igreja em saída” por meio da atuação autêntica e missionária do laicato. Para tanto, o protagonismo do leigo, só se faz coerente quando este compreende seu espaço e não fica procurando lugares alheios ou se clericalizando. Diante disso, o grande problema é um clericalismo laical que se esquece da sua missão e da sua real condição na sociedade.

Leigos discípulos missionários

O protagonismo do leigo só pode ocorrer se este souber, de fato, onde é o seu lugar, onde deve estar e como deve agir, senão, será mais um que preenche os bancos das igrejas e não agrega valor às formações. Para tanto, é preciso resgatar o aspecto de ser um verdadeiro discípulo missionário, como nos apresentava o Documento de Aparecida: “O discípulo missionário, a quem Deus confiou a criação, deve contemplá-la, cuidar dela e utilizá-la, respeitando sempre a ordem dada pelo Criador”. (DAp, 125). Sendo assim, auscultando os sinais dos tempos e o sopro do espírito, Francisco dá passos para a abertura e se faz atento para a realidade de uma Igreja em saída.

Cristo, modelo de ser humano e autêntico em suas ações buscava fazer da sua vida um verdadeiro encontro com os que mais precisavam. Cristo, modelo de ser humano e autêntico em suas ações buscava fazer da sua vida um verdadeiro encontro com os que mais precisavam.

Desta maneira e para viver o mistério do Cristo, a nossa condição deve ser autêntica pela fé e caminho que professa: é preciso participar, e se fazer parte, da vida da comunidade de fé, ou seja, ser protagonista. É necessário que o cristão compreenda esta condição e se torne uma chama viva, “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13) em sua família cristã e comunidade paroquial. Para tanto, o Documento de Aparecida nos convoca a refletir sobre isso: “Sem uma participação ativa na celebração eucarística dominical e nas festas de preceito, não existirá um discípulo missionário maduro”. (DAp, 252).

Novos ministérios aos leigos e leigas

Papa Francisco no último dia domingo, 23 de janeiro de 2022, celebrou, na Basílica de São Pedro, o terceiro Domingo da Palavra de Deus. Nesta celebração, pela primeira vez, foi confiado o ministério de Catequista, de Leitor e de Acólito também a leigos e leigas. Para muitos esse acontecimento passará despercebido, mas a importância deste ato, assim como outros tantos proferidos por Francisco, mostra o espírito de abertura de Francisco e seu desejo de uma Igreja de portas abertas.

Desta maneira, Francisco valoriza, mais uma vez a presença dos leigos e leigas na  atuação direta no meio do povo e no anúncio a Palavra de Deus. Conscientes de toda a proposta e caminhada evangélica, devemos nos comprometer em ser anunciadores da Boa Nova em nossas realidades e nas diversas comunidades. Pra tanto é preciso caminhar e dialogar com a realidade, ser sujeito eclesial e autêntico com a fé que professa, por isso, falar que é a hora do leigo e nos colocar ao serviço do Reino. Não podemos nos deixar levar pela clericalização que fecha as portas para a ação de leigos e leigas, ferindo o principio da comum dignidade dos batizados.

Seguir adiante em nossa missão

Destarte e atento a esta condição, devemos colaborar para que todos os leigos e leigas tenham acesso à formação e possam contribuir com a comunidade, como nos pede o Documento de Aparecida: “Assumimos o compromisso de uma grande missão […] que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário. Necessitamos desenvolver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres.” (DAp 362).

Para tanto, é preciso Proclamar a palavra e anunciar o Evangelho a todos e todas, como nos afirma Francisco: “A Sagrada Escritura desempenha a sua ação profética, antes de mais nada, em relação a quem a escuta, provocando-lhe doçura e amargura. […] A doçura da Palavra de Deus impele-nos a comunicá-la a quantos encontramos na nossa vida, expressando a certeza da esperança que ela contém” (Motu Proprio Aperuit illis, 12).

Desta maneira, com atitude ética e real desejo de abertura aos leigos e leigas, possamos respirar ares novos e cada vez mais coerentes ao Espírito que nos guia. Iluminados pelo domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus possamos “compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo”. (Carta Apostólica Misericordia et misera, 7). Sigamos avante contra os tradicionalismos e contra aqueles que não desejam uma abertura da Igreja para todas as funções. Que continuemos deixando o ar novo do Concílio Vaticano II entrar por nossas janelas e portas e refrescar o ar que antes já esteve estocado e fechado.

Acompanhe no video a fala de Robson Ribeiro de Oliveira

* Robson é eigo, casado, pai da Emília e do Francisco. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em BH. Membro do Conselho Regional de Formação (CRF) – LESTE II do CNLB.

Fonte: Diocese de Campos

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