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21/03/2022 Salvatore Cernuzio Edição 3945 Praedicate Evangelium: A nova constituição apostólica sobre a reforma da Cúria Romana
F/ Vatican News
"A nova constituição apostólica apresenta elementos decididamente inovadores. Um deles é o fato de que os leigos e leigas na Cúria podem assumir a liderança de Dicastérios ou outros organismos."

O prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, o secretário do Conselho de Cardeais, dom Marco Mellino, e o canonista Gianfranco Ghirlanda ilustraram aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé as novidades e detalhes da nova constituição apostólica do Papa, promulgada em 19 de março: o papel dos leigos, a luta contra os abusos e o vínculo com a tradição.

“Curia semper reformanda”

O antigo axioma sobre o caminho sempiterno da reforma da Igreja vai bem com o processo de reorganização da Cúria Romana, selado mas, de fato, não concluído com a promulgação, em 19 de março, da Constituição apostólica Praedicate Evangelium. O documento, apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta segunda-feira (21/03), em vigor a partir de 5 de junho, é fruto de um trabalho de quase dez anos de reflexão, consulta e avaliação do Papa junto ao Conselho de Cardeais e várias realidades eclesiais. Durante a apresentação, o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, por sete anos secretário do Conselho de Cardeais, explicou como a nova constituição não apenas encerra um caminho, mas abre novas estradas para o futuro. No sentido de que poderia haver outras novidades além daquelas já introduzidas (leigos prefeitos, novos Dicastérios ou Dicastérios incorporados): “Se houver outras mudanças, o Papa as fará”. De fato, foi o que aconteceu com Paulo VI e João Paulo II, autores das duas constituições Regimini Ecclesiae universae (1967) e Pastor Bonus (1988).

A reforma não termina: trabalho a longo prazo

É o princípio de "gradualidade" que o Papa Francisco no documento programático Evangelii Gaudium resumiu na expressão: "O tempo é superior ao espaço", enfatizou Semeraro. "Isso torna possível trabalhar a longo prazo, sem a obsessão por resultados imediatos. Ajuda a suportar com paciência as situações difíceis e adversas, ou as mudanças de planos que o dinamismo da realidade impõe”.

Praedicate Evangelium faz "reflorescer" o Concílio

Outro princípio importante seguido na elaboração do documento é o de tradição, ou seja, "fidelidade à história e continuidade com o passado". "Teria sido enganoso (além de fantasioso) pensar numa reforma que perturbaria todo o sistema curial", esclareceu o cardeal. Praedicate Evangelium faz "reflorescer" as esperanças e expectativas do Concílio Vaticano II. "E isto é uma coisa bonita" que envia para o sótão antigos fantasmas sobre o próprio conceito de reforma: "Havia medo em usar este termo por causa de controvérsias passadas".

Espaço para os leigos

Ao mesmo tempo, a nova constituição apostólica apresenta elementos decididamente inovadores. Um deles é o fato de que os leigos e leigas na Cúria podem assumir a liderança de Dicastérios ou outros organismos. Isto já aconteceu com a nomeação de um leigo, Paolo Ruffini, como Prefeito do Dicastério para a Comunicação: "Uma decisão que não foi improvisada pelo Papa; pelo contrário, foi estudada especificamente com a contribuição das autoridades competentes". Uma escolha "timidamente" solicitada pelo Vaticano II, que tinha formulado e promovido uma "teologia do laicato". Diante disso, deve ser considerada também a decisão de abandonar o termo "Congregação", que remonta ao tempo de Sisto V, que supunha que os titulares da presidência das "Congregações" eram apenas cardeais. "Não é mais assim. O termo Dicastério sugere que, em princípio, todos os batizados podem exercer este ofício: clérigos, consagrados e leigos”.

Fonte: Vatican News

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