"Eu havia pensado em dedicar as reflexões de março aos temas da ecologia integral e da emergência climática, tão relevantes quanto urgentes. Mas a conferência de um conhecido influenciador católico num programa de TV, no dia 8 de março, rendeu muita conversa durante a semana toda, e eu decidi entrar no debate. Em pleno Dia Internacional da Mulher, o pregador as confinou ao papel de auxiliares do homem. No último sábado eu estava casualmente conferindo a programação dos canais de TV e visualizei o início da referida palestra a um público presencial de mais de mil mulheres. (Qual seria o número de telespectadoras?) Não suportei ouvir mais que cinco minutos, mas tive a percepção de que aquilo não acabaria bem. Dito e feito: passamos a semana ouvindo vozes dissonantes sobre o pregador e sua pregação.
Em nome de quem? A pregação ocorreu num canal que se apresenta como católico. O pregador se apresentou em trajes que o identificam com um homem consagrado. A pregação católica não é reservada a pessoas credenciadas, mas é preciso questionar: Ele falou em nome da Igreja Católica Romana? Sua pregação espelha o ensino e a doutrina da Igreja? A canção parece nova e sedutora, mas as lições são velhas e opressoras... Não defendo o patrulhamento ideológico, seja na escola, na sociedade ou na religião. Mas uma pessoa que é identificada publicamente com a Igreja Católica e tem uma multidão de seguidores, deve perguntar-se pela ortodoxia daquilo que diz e pelo mal que suas posições teóricas e morais podem causar às pessoas e à sua Igreja. Não precisa frequentar academias renomadas; basta consultar o Catecismo da Igreja...
Não há sintonia com o Catecismo Sua pregação sobre a mulher não tem nada a ver com aquilo que diz o Catecismo da Igreja Católica: “O homem e a mulher foram queridos por Deus em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas e no seu respectivo ser de homem e de mulher. São feitos um para o outro: cada um pode ser auxílio para o outro, uma vez que são, ao mesmo tempo, iguais enquanto pessoas e complementares enquanto masculino e feminino” (cf. §§ 369 e 372).
Nada de submissão servil, caro pregador! E sobre comunismo (contra o qual o pregador se pronuncia amiúde), e o capitalismo (em relação ao qual não vê problemas), a Igreja católica tem posição: rejeita as ideologias associadas ao comunismo, assim como o individualismo e o primado absoluto do capital sobre o trabalho, que caracterizam o capitalismo. E diz que é uma falácia apregoar que a vida econômica deve orientar-se apenas pela lei do mercado, pois ela precisa ser racionalmente regulada em vista o bem comum (cf. § 2425). Portanto, equilíbrio e coerência, sem derrapagens ideológicas, improvisado mestre! Respeito a fé e a piedade pessoal do jovem e entusiasmado pregador, mas não posso deixar de registrar a profunda desconformidade das suas pregações em relação ao ensino moral à doutrina social da Igreja. Ele precisa de um pouco mais de formação cristã e comunhão com a Igreja e seu ensino. Que a repentina fama não acabe privando-o da humildade e da salutar autocrítica, anulando o bem que poderia fazer" DOM ITACIR BRASSIANI MSF BISPO DIOCESANO DE SANTA CRUZ DO A SUL
[Celso P. Carias] - Francisco, quanto amor fora da Igreja você despertou, mas quanto ódio apareceu dentro da própria. E por quê? Por que os pobres revelam nossas contradições e você amou os pobres. Os pobres revelam nossas mesquinharias.
[Iser Assessoria] - A partir de seus seminários e publicações, o Iser Assessoria conclui que as CEBs não são uma estrutura do passado, mas uma expressão viva de uma Igreja sinodal, missionária e comprometida com os pobres – como deseja o Papa Francisco. O caminho, ainda que difícil, continua sendo feito com esperança e pé no chão.
[Kate Raworth] - A economista defende que os economistas devem abandonar métricas centradas apenas em retorno financeiro e repensar os indicadores de progresso humano. O foco deve ser gerar valor social, ambiental e cultural — restaurando os sistemas naturais dos quais a vida depende.
[L. M. Modino] - Nenhum dos candidatos alcançou 89 votos entre os 133 cardeais que receberam a encomenda de escolher o sucessor de Pedro, mas também o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos dois últimos conclaves, o Papa Francisco foi eleito na quinta votação e no Conclave de 2005 o Papa Bento XVI foi eleito no quarto escrutínio.